NOVOS CONVERTIDOS E NOVOS CONVENCIDOS
At.3.19
Arrependei-vos, pois, convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados.
Novos convertidos e os novos convencidos? Eles existem e o meio evangélico está infestado de cada um deles.
Como identificar um novo convertido e um novo convencido?
Pelas atitudes, pelas obras e pelo relacionamento com Cristo, sua Igreja e irmãos na fé.
O novo convertido converteu-se a Cristo porque passou pela lei do arrependimento e por esta razão tem seus pecados cancelados.
O novo convencido converte-se a Cristo para ter os pecados cancelados; ele ignora deliberadamente que sem o processo vital do arrependimento não há cancelamento de pecados.
Raça de víboras que vos induziu a fugir da ira vindoura? (Mt. 3.7,8.) Produzi, pois, fruto digno de arrependimento.
Quem os induziu a procurar o batismo não foi o arrependimento e sim o medo da ira vindoura.
Quem procura Jesus só para ter os pecados cancelados nunca os terá se não houver antes o arrependimento necessário.
O novo convertido é antes de tudo um ser humano. Independente da idade cronológica, espiritualmente ele é um recém-nascido na fé.
Se não vos converterdes (Mt. 18.3) e não vos tornardes como criança, de modo algum, vereis o reino dos céus.
O binômio: arrependimento e conversão é uma realidade bíblica, que se concretizando em nossas vidas, nos torna convertido.
Arrependimento e conversão não andam de mãos dadas na vida dos novos convencidos.
O Novo convertido não poderá ser um recém-nascido na fé por toda a sua vida (I Pd. 2.2) e por isto é aconselhado a desejar ardentemente o genuíno leite espiritual.
Jamais você vai encontrar um recém-nascido (biologicamente falando) maldoso, hipócrita ou invejoso.
Mas quando se trata de recém-nascidos ou crianças na fé este fenômeno maligno da inveja, maldade, hipocrisia ou falsidade se torna uma ameaça latente e que precisa ser expurgada.
Daí o conselho bíblico:
I Pd 2.1
Despojando-vos, portanto, de toda maldade e dolo, de hipocrisias e invejas, e do toda sorte de maledicências,
Vs.2
Desejai ardentemente, como recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação.
Um filho na fé merece todos os cuidados para ter um caráter espiritual e moral bem formado.
Logo a Igreja ou o ambiente que ele freqüenta deve ser sadio, e tranqüilo. E nunca faltar o ensino metódico da palavra.
Os filhos na fé precisam ser educados na fé, e aceitar que como um crente novo na fé, que o seu alimento é o leite racional, ou espiritual e as etapas de crescimento deve ser obedecidas.
Nenhuma criança passa da infância para a fase adulta sem passar pela puberdade.
Às vezes os pais querem justificar o mau comportamento dos filhos perante terceiros e alegam à idade que o mesmo tem: ainda é muito novo, dizem alguns; e quando chegam a adolescência o mau já se tornou irremediável.
Às vezes eu vejo o mesmo comportamento de alguns crentes mais antigos (pais na fé) querendo proteger o novo convencido e tudo em nome do amor, e deixando-o de corrigir alegam:
Ele ainda é novo na fé, tem a natureza de Pedro; Pedro também era assim antes de se converter.
Tem natureza de Pedro coisa nenhuma; tem atitude de Pedro sim; mas antes de se converter.
Pedro era tão convencido que mesmo Jesus dizendo que ele ainda não era convertido ele declarou-se capaz de ir para a prisão ou para a morte com Jesus.
Além da arrogância e prepotência espiritual, se achar capacitado é uma característica dos novos convencidos.
Lc. 22.31
Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
Vs.32
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos.
Vs.33
E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte.
E tu quando te converteres... Esta é uma declaração de que Pedro era convencido mais que ainda seria convertido.
O convencido se acha capaz mesmo que todos saibam e percebam que ele não é.
O convencido pensa como Pedro até o dia que teve um encontro real e vital com Cristo.
João 21.15-18; mostra-nos um Pedro diferente confessando que Jesus sabe de todas as coisas e ele não sabia nada.
Infelizmente muita gente associa o batismo de alguém nas águas como se este fato fosse uma real conversão a Cristo e isto nem sempre é assim.
Está escrito que toda a Jerusalém (Mt. 3.5-7) e toda a Judéia e toda a província adjacente ao Jordão, eram batizados confessando os seus pecados.
Mas João identificou em alguns deles (saduceus e fariseus) que a confissão era mais um ritual do que o resultado de um verdadeiro arrependimento.
É lógico que tanto os novos convencidos como os novos convertidos podem se batizar nas águas e todos sabem que mais cedo ou mais tarde a realidade de cada um deles virão à tona.
Conheço um pastor que acredita piamente que quem não for batizado não será salvo.
Partindo desta premissa ele obriga as pessoas e a garotada de 12 anos de idade a se batizarem nas águas ou não podem freqüentar a igreja que ele dirige.
Por outro lado muitos pastores batizam novos convencidos como se eles fossem novos convertidos. Só que as obras e atitudes de cada um deles são diferentes.
Para estes pastores o que conta são as estatísticas; o novo convertido ou o novo convencido é apenas um número.
Hoje o que não falta é igreja cheia de pessoas vazias.
Vazias, não das coisas do mundo e sim das coisas de Deus e todos convencidos que são salvos.
O profeta Jeremias encerra sua mensagem fazendo uma petição que os novos convencidos da atualidade desconhecem;
Lm. 5.21
Converte-nos a ti Senhor, e seremos convertidos.
Algum dia ainda escreverei a segunda parte desta mensagem se o Senhor disser que sim.
Por enquanto ficamos por aqui desejando que o Senhor nos converta a ele; e aí seremos convertidos e não convencidos.
Guganic