A CONVERSÃO DE ABRAÃO
O início da Graça Gn. 15.
Vs 5
Então o levou para fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as pode contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente.
Vs.6
E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado (atribuído) como justiça.
Depois destas coisas (vs.1) veio a palavra do Senhor a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão.
Qualquer mortal que realizasse o feito que Abraão realizou ao vencer quatro reis do Oriente numa tacada só ficaria orgulhoso.
(Gn. 14.17). - Tem muita gente diferente de Abraão - .
Este feito de armas devia ter criado orgulho guerreiro e fama mundial em Abraão.
Porém Abraão não se deixou iludir por tão retumbante vitória.
Ele sabia: Querdolaomer, não ia deixar barato a derrota que teve para um exército de 318 servos liderados por um civil.
E refeito da derrota e passado algum tempo Querdolaomer iria à forra.
Isto trouxe apreensão a Abraão (vs.2) que sabia não ter um herdeiro para continuar sua linhagem caso viesse a ser derrotado em um novo confronto com Querdolaomer e os demais reis.
Abraão não estava preparado para uma nova batalha e nem pensava imortalizar-se como um célebre guerreiro.
Foi nesta conjuntura, num momento de grande apreensão pela grande vitória que teve que veio a Abraão a palavra do Senhor.
Conhecendo o pensamento de Abraão, o Senhor o tranqüilizou: Não temas, sou teu escudo, o teu grandíssimo galardão.
Ainda hoje, nas horas de apreensão podemos sim, contar com a consoladora palavra amiga do nosso Deus: Não temas.
O Senhor não tirou Abraão de Ur dos Caldeus para morrer numa batalha qualquer. E para dá maior tranqüilidade a Abraão mandou que ele contasse as estrelas caso isto fosse possível.
Abraão viu, acreditou que era impossível contar as estrelas ainda que o céu do Oriente naquela noite estivesse mais limpido do que nunca.
Abraão acreditou em Deus que sua semente seria (e é) incontável na face da terra.
É a partir desta declaração de fé (vs.6) que Abraão alcançou o titulo de amigo de Deus e justificado pela fé.
Creu Abraão em Deus. A pergunta é: será que antes ele não cria?
Antes ele cria em Deus sim; e, desta vez era necessário Abraão crêr que Deus ia fazer uma coisa que ainda não estava à vista, e, portanto dependia de fé.
Excluído-se os ateus os demais crêem em Deus; porém nem todos crêem no que Deus diz que vai fazer.
O lugar da visão foi Hebrom, mas a resposta de Deus o concerto estabelecido só veio á noite nas mais densas trevas.
Sair de Ur e ir para uma terra desconhecida não era uma questão de fé e sim de obediência e isto Abraão já havia feito estava em Canaã.
Obedecer (I Sm. 15.22) é melhor do que o sacrificar.
Dar-te-ei esta terra (vs.7) para a herdares.
Abraão já estava morando na terra prometida ainda que, não a havia conquistado; mas isto era uma coisa realizável nos domínios humano.
Agora ter um filho nas condições que ele e Sara se achavam? Era algo que nem ele nem fertilização in vitro alguma podiam fazer. Tudo dependia de Deus. (Ter filhos depende de Deus).
Foi nesta promessa que Abraão creu e isto lhe foi imputado para justiça. Crer foi o alicerce de toda a revelação futura.
E para confirmação da promessa e dum concerto, Abrão foi convidado a oferecer um sacrifício. Caiu à noite e ainda Deus não tinha aceitado o sacrifício
Um profundo sono caiu sobre ele, e em seu sono viu o horror das densas trevas: um grande pavor. (vs.12). Medo trevas e desânimo eram tudo que restava no herói da fé.
Quem está livre do pavor, do medo, do desnimo? Há certas ocasiões que só nos restam isto.
O estado mental de Abraão e a escuridão da noite eram propícios para tal revelação.
Para isolar, eliminar inteiramente da mente de Abraão as cenas terrestres e torna-lo completamente rendido, Deus o deixou lutar e se cansar com as aves de rapina e com a noite escura do sono profundo.
Enquanto dormia os pensamentos de Abraão foram tomados por Deus, e Deus foi visto e ouvido, e tudo que não dizia respeito a aquele momento foram excluídos da mente de Abrão.
De vez em quando Deus tem que fazer isto conosco: esvaziar de nossas mentes, tudo que não se relaciona com a Sua vontade.
Abraão viu quando um fogareiro fumegante (vs.17) e uma tocha de fogo passaram entre os pedaços.
O fogareiro ardente e a tocha flamejante são símbolos da presença de Deus no sacrifício.
Era prática no Oriente se acender uma tocha ao celebrar-se um casamento ou (Mt.25.8.) estabelecer-se uma aliança.
A tocha acesa simbolizava o fogo da destruição caso o acordo fosse quebrado.
A imputação da justiça de Deus pela fé (vs.6) foi o começo do nosso Novo Testamento.
A grande doutrina da Salvação, da justiça de Deus pela fé, vem deste ato: crer em Deus.
A partir da imputação da justiça passamos a conhecer um novo Abraão, um novo homem, salvo pela fé.
Com base nesta declaração Abraão começou a viver na Graça de Deus o começo do Evangelho no Velho Testamento, até Deus estabelecer a Graça sobre Graça na pessoa bendita de Jesus.
Os que vivem, pela fé, estão sob o domínio da Graça sobre Graça, como filhos herdeiros na fé de Abraão.
Obs.: Aguardem a segunda parte deste tópico.
Guganic