A morte espiritual (seguida pela física e eterna) é consequente da desobediência que levou à Queda original de Adão e Eva. Isto estava embutido na advertência que Deus lhes dera quanto ao que seria o resultado de comerem o fruto proibido: morte.
Uma grande parte desta morte está relacionada à própria mente do homem, que desde então morreu quanto ao conhecimento de Deus, e da Sua vontade, pelo perfeito discernimento que teria de ambos, e inclusive chegaria ao pleno conhecimento do que é o mal, pelo raciocínio de tudo o que é oposto ao que é divino, espiritual e celestial, em sua perfeita natureza santa, sem que tivesse conhecido este mal em sua própria humanidade, e de modo enganoso e parcial, operando para um maior afastamento do verdadeiro conhecimento do bem. Então, a mente do homem necessita de um novo nascimento, de uma renovação, e isto é feito tanto pela regeneração, quanto pela santificação. Muito daquela incapacidade total para responder segundo a mente do próprio Deus é restaurado na conversão, mas a mente necessita de progresso constante em renovação, por uma consagração total a Deus, conforme se ordena em Romanos 12.1-3, de forma a ser habilitada a discernir qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, de modo a realizar principalmente o seu trabalho de vigilância contra o pecado, e resistir a ele, quer na atração que faz diretamente sobre ela própria (a mente), como também, indiretamente através da sedução pelas afeições e desejos pecaminosos.
Assim, a mente que estava morta, naquela morte de ignorância de Deus e da sua vontade, ficou entregue às trevas, e passou a ser alimentada continuamente com as coisas deste mundo, e tornando-se apegada totalmente a elas, exercitando-se também em tudo aquilo que é contrário ao padrão da mente do próprio Deus, afastando-se assim cada vez mais da Sua vontade.
Então, na regeneração e santificação há pelo menos dois grandes trabalhos a serem efetuados pela graça para a reeducação da mente do crente. O primeiro para limpar a mente de conceitos pecaminosos, e quebrar o seu apego somente ao que é terreno, e gerar nela, em segundo lugar, uma inclinação para as coisas celestiais e espirituais, fazendo-a discernir em graus cada vez maiores a verdade revelada nas Escrituras, para o exercício do trabalho de aplicação da mesma à vida do crente, auxiliando-o no trabalho de despojamento das obras da carne, e no revestimento das virtudes de Cristo.
Web servos