SIMEÃO E A PROFUNDA AFLIÇÃO DE MARIA
Lc. 2.25-35
Vs.35
Também uma espada transpassará a tua alma para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.
Está escrito que havia um homem em Jerusalém que era justo e piedoso.
Justo porque era temente a Deus, um homem devoto; um homem que tinha um alvo bem definido: esperava pelo Messias a consolação de Israel e que haveria de trazer luz para revelação aos gentios.
Um homem que não só o Espírito Santo estava sobre ele, como ele também tinha o Espírito Santo em sua vida e recebeu Dele uma revelação gloriosa: Não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.
Simeão não parou de envelhecer porque isto é um processo natural da vida
Mais ele sabia que nem a sua velhice e nenhuma enfermidade ou qualquer catástrofe lhes tiraria a vida antes do cumprimento do que lhes fora revelado pelo Todo-Poderoso: o Espírito Santo de Deus.
Simeão foi movido foi conduzido foi tocado pelo Espírito Santo para ir ao templo; e ele foi: no dia certo e na hora certa.
Simeão literalmente tomando em seus braços, e segurando com firmeza a salvação de Deus para os povos, agradeceu por tamanha oportunidade e cabal cumprimento da promessa que lhes fora feita por Deus:
Não morrer antes de ver o Cristo do Senhor!
- Simeão não só viu o Cristo do Senhor como o teve nos seus próprios braços. Dá para imaginar o gozo e a alegria indescritível que Simeão sentiu no profundo do seu coração?
Simeão passou a vida esperando o Messias e por quanto tempo esperou?
Quantos na comunidade judaica sabiam de tão relevante promessa?
Depois da revelação que lhes fora dada, como Simeão passou a viver enquanto aguardava o cumprimento das profecias bíblicas da sua época e a sua própria revelação sobre o Messias que haveria de vir ao mundo?
Teve ele diante de si a voz inconfundível dos céticos e dos incrédulos?
Tentou alguém desanimá-lo ou persuadi-lo a não crer que seria possível que um dia ele ainda contemplaria com seus próprios olhos tendo-o em seus braços o Cristo do Senhor?
Será que tais figuras (céticos e incrédulos) o confrontaram?
A graça preveniente, ou seja: o Espírito Santo, que influencia ou que leva o homem a buscar a Deus, estava vivo e ativo sobre Simeão; e todos que o confrontaram foram derrotados e envergonhados.
Creio que alguns até não tenham vivido para saber que só o Senhor é Deus e que Simeão viu e tomou nos braços a consolação de Israel.
Este homem justo e piedoso (Simeão) ao louvar a Deus o fez com o menino nos braços e disse: agora, Senhor, pode despedir em paz, o teu servo, segundo a tua palavra. (28,29)
Toda pessoa que confessa a Cristo como Senhor Salvador e Mestre de suas vidas e tem uma fé viva neste Cristo uma fé real, pode morrer em paz, ou melhor, pode passar da morte para a vida (I Jo.1.2) que é o próprio Cristo.
José e Maria ficaram maravilhados com a proclamação feita por Simeão a respeito das coisas que se dizia dele: do menino Jesus. (33)
Foi dito a Maria e dito a José e aos seus ouvintes no templo que a criança que estava em seus braços seria uma luz para os gentios (as nações) e, que foi chamado em justiça pelo próprio Deus (Is. 42.6).
Chamado para abrir os olhos dos cegos, e ainda tirar da prisão os presos e do cárcere os que jaziam em trevas. (Is. 42.7)
Depois de proclamações tão alvissareiras Simeão os abençoou e profetizou que o menino que ele tinha nos braços estava destinado a ser o responsável pela queda e elevação de muitos em Israel e um sinal de contradição.
E a parte da profecia mais dolorosa para Maria mãe de Jesus ouvir ficou bem para o final do glorioso encontro de Simão com a Família Sagrada:
“Uma espada traspassará também a tua própria alma” para que se manifestem os pensamentos de muitos corações. (35)
Uma angustia extrema, uma angustia sem precedentes na história da humanidade estava para acometer a alma e o coração de Maria.
A alegria de Maria em ter uma criança e ainda por cima gerada por obra e graça do Espírito Santo, era motivo de grande felicidade, e alegria, pois assim como Simeão Maria carregava em seus braços a palavra da vida.
O que Maria carregou em seu ventre por nove meses não foi somente a palavra da vida (Lc.3.6) e sim a salvação de Deus (30) que não é somente uma libertação mais uma Pessoa divina: Jesus Cristo o Filho de Deus.
O menino Jesus crescia e se fortalecia em espírito cheio de sabedoria; a graça de Deus estava sobre ele e tudo que lhes acontecia Maria conferia todas as coisas que ele fazia, em seu coração. (Lc. 2.51)
Jesus cresceu no corpo, se fortalecia em espírito, era cheio de sabedoria, a graça de Deus era sobre ele e cresceu em graça para Deus e para os homens. Porém Maria sabia que dias sombrios estavam por vir.
Com o tempo, a agonia que Maria haveria de passar se avizinhava; dezoito anos mais tarde, depois de três dias sem os pais, quando reencontrado no templo Jesus da inicio ao seu santo ministério em Caná da Galiléia.
Era o inicio das oportunidades que fariseus e escribas e a turba em geral iam ter para manifestar seus pensamentos e opiniões (durante três anos) a respeito da Pessoa e das obras que o Filho de Deus haveria de realizar.
Jesus questionado, acusado de sedição, e por dez vezes tentaram matá-lo; porém nada se compara ao dia seguinte após o momento da traição.
Está escrito que junto a cruz de Jesus estava sua mãe, sua tia, Maria de Clopas (Jo.19.25-27), Maria Madalena e o discípulo a quem Jesus amava.
O peso corporal do crucificado causava dores sobre os pulsos e rompia os nervos entre os ossos dos pés quando ele tentava apoiar-se sobre estes.
O cansaço dos braços provoca grandes ondas de cãibras tornando-se mais difícil para o crucificado se empurrar para cima na tentativa de aliviar o cansaço dos braços e do próprio corpo.
Os músculos do tórax iam se paralisando e a dificuldade era aspirar o ar e não poder expirar. A água acumulada na pleura aumentava de volume.
Com fortes dores no peito o coração do crucificado não conseguia mais bombear o sangue necessário à vida, porque o pericárdio cheio de líquidos comprimia o mesmo como no caso dos pulmões com água na pleura.
A perda de liquido dos tecidos atingia um nível tão critico que o sangue ficava pastoso, espesso, levando os pulmões do crucificado a não cumprir sua função: oxigenar o sangue eliminado o gás carbônico.
O acumulo de gás carbônico nos pulmões e no sangue apenas diminuam as cãibras sem, contudo eliminar as fortes dores provocadas pelas mesmas ao enrijecer os músculos atingidos.
As dores lancinantes que o crucificado Jesus estava a sentir ressoava no mais profundo da alma e do coração de Maria.
Maria não só percebeu como viveu e sentiu isto na sua alma: que a missão de seu precioso filho de ser a luz do mundo sempre foi acompanhada de grandes hostilidades e muitas perseguições por parte do seu próprio povo.
Porém ela também pode perceber que nada do que ela já havia sentido ou testemunho até a hora da cruz de Jesus ser levantada da terra, podia ainda que fosse ao menor grau, se comparar a tamanha crueldade.
Mesmo depois de morto um soldado o transpassou com uma lança de onde imediatamente saiu sangue e água acumulados na pleura e no pericárdio.
Aquele que viu, João o discípulo amado, (Jo.19.35) a quem Jesus confiou sua mãe é quem nos descreve esta sena.
O Sangue vertido e água também testemunhavam a realidade do sacrifício do Cordeiro que foi morto para a salvação de muitos.
Literalmente saiu sangue e água do corpo inerte do filho de Maria que a esta altura sentia profundas dores da espada da rejeição a ele, o seu filho, penetrada transpassada no mais profundo do seu ser; a sua alma.
Maria voltou a ter esperança e alegria quando soube e viu que aquele que morreu também ressuscitou ao terceiro dia.
Hoje assim como todos os salvos em Cristo Maria aguarda o grande dia da primeira ressurreição: O arrebatamento da Igreja de seu Filho e a sua própria ressurreição para estar para sempre com o Senhor: No céu.
Tudo que Jesus sofreu e passou foi por Maria e por cada um de nós que já o aceitamos como nosso Senhor e Salvador e Mestre.
Aceite-o também.
Guganic
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