UMA DECISÃO PESSOAL
At.21.4
E, achando discípulos, ficamos ali sete dias; e eles pelo Espírito, diziam a Paulo que não subisse a Jerusalém.
Paulo assentou no seu próprio coração o desejo de estar em Jerusalém (At.20.16) no dia de Pentecostes.
Em uma reunião de caráter extraordinário (At.20.16,17) ele comunica sua decisão pessoal aos anciãos efésios e confessa não saber “o que lá me há de acontecer” senão que o Espírito Santo de cidade em cidade me revela. (At.20.22,23)
Prisões e tribulações aguardavam por Paulo em Jerusalém; e, esta foi mais uma revelação dada pelo Espírito Santo ao próprio Paulo neste sentido.
Ainda assim Paulo permaneceu firme na ideia de chegar a Jerusalém se possível antes do dia de Pentecostes.
Paulo quando ainda Saulo foi chamado por Deus e Deus lhes dissera desde o inicio que seu ministério incluiria sofrimentos. (At.9.15,16)
Disse Paulo aos anciãos: em nada tenho minha vida por preciosa contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor. (AT.20.24)
Esta era um decisão pessoal não desistir por nada; ainda que as promessas fossem de lutas e prisões e não de uma vida cheia de regalias como muitos hoje vivem e almejam.
O próprio Espírito Santo queria Paulo em Jerusalém e não lhes ocultava o que por ele em Jerusalém os esperavam: lutas, prisões e sofrimentos.
Procedente de Mileto Paulo chega a Tiro aonde por sete dias permanece com alguns discípulos que pelo Espírito dizia a Paulo que não subisse a Jerusalém. (At.21.4)
É possível Deus estar divido, indeciso? Falando ora de um jeito ora do outro?
Uma hora o próprio Espírito diz a Paulo o que o espera em Jerusalém e em seguida usa outras pessoas para dissuadi-lo da ideia e não ir a Jerusalém?
É evidente que Deus pode dar uma ordem e depois muda-la como fez no caso de Abraão Isaque (Gn. 22) ou no caso da cidade de Nínive quando Jonas apregoou destruição.
Mas neste caso específico de Paulo com os discípulos da cidade de Tiro, estava sendo dada a esses discípulos e pelo próprio Espírito Santo, uma palavra de conhecimento e eles os discípulos é que diziam a Paulo para não subir a Jerusalém.
Os discípulos pelo Espírito Santo de Deus tomaram conhecimento das dificuldades que Paulo ia enfrentar em Jerusalém por amor ao Evangelho daí a ideia de convencê-lo não subir a Jerusalém.
Temos que ter cuidado com avisos enfáticos como este. Pois avisos enfáticos muitas vezes parecem razoáveis, um apelo carregado de uma boa dose emocional que pode parecer uma boa ideia e ainda assim não ser a vontade de Deus para nós.
Por outro lado o Espírito Santo estava dando a Paulo a oportunidade de fazer sua própria escolha nessa questão de ir ou não a Jerusalém.
Caso não quisesse passar por tudo que repetidamente o Espírito Santo lhe avisara ele tinha o direito de não ir adiante.
Veio ao coração de Paulo a sua conversão (At.9.15,16) e chamada ministerial quando Ananias orou por ele.
Procedente de Tiro Paulo chega a Cesaréia quando então faz uma visita ao evangelista Filipe e também tem um encontro com um profeta chamado Ágabo que tendo tomado à cinta de Paulo em suas mãos, ata seus próprios pés e diz:
Assim diz o Espírito Santo: assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios (At.21.10,11).
Comovidos pela sorte de Paulo, preocupados pela situação que o aguardava perante os judeus e gentios em Jerusalém os irmãos tentaram remove-lo de tal ideia. (At 21.12).
E Paulo até com o coração já se sentindo influenciado a mudar de ideia (At.21.13) devido às lágrimas dos irmãos confessa-se pronto não só a ser ligado mais ainda morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor.
Em nenhum instante o Espírito Santo proíbe Paulo de ir a Jerusalém, também não lhe ocultou os momentos de grandes dificuldades que ele iria atravessar.
Porém a decisão final de ir ou deixar de ir a Jerusalém era pessoal.
Na nossa jornada espiritual, ou jornada ministerial algumas decisões que tomamos ainda que sejamos orientados ou avisados por Deus ou por pessoas? A decisão final é nossa e isto é um direito que temos com o aval do próprio Deus.
Como não pôde demovê-lo da sua ida a Jerusalém, os irmãos disseram: Faça-se a vontade do Senhor. (At.21.14)
Mesmo pesaroso por causa dos esforços dos seus irmãos e amigos para dissuadi-lo de fazer o que o Espírito Santo queria que Ele fizesse, todos no final acabam subordinados aos sentimentos de Paulo e à vontade do Senhor.
E Paulo cumpriu assim o seu santo ministério; foi para Jerusalém.
Guganic