A IDEOLOGIA DAS ORAÇÕES “FORTE” INFALÍVEIS
Lc. 11.1-10
Vs.1
E aconteceu que estando ele a orar num certo lugar, quando acabou, lhe disse um dos seus discípulos: Senhor ensina-nos a orar, como também João ensinou aos seus discípulos
Os judeus sempre tiveram como uma marca registrada em suas vidas orar pelo menos três vezes ao dia; e agora encontramos os discípulos de Jesus desejosos de aprender a orar e por quê?
Pelos resultados não alcançados na oração que faziam ou porque eles realmente não sabiam orar ou não orava como convém (convinha) orar?
Com exatidão eles perceberam que as orações do Mestre de Nazaré eram sempre respondidas, e sabiam que a fonte de Seu poder e de Sua liberdade contra o orgulho vinha através de suas orações em secreto junto ao Pai.
Os resultados alcançados por Cristo em suas orações criou nos discípulos um desejo de saber orar como convém orar, como Cristo orava.
Para imprimir no coração dos discípulos a necessidade de não desistir de orar ante uma oração não respondida em primeira instância, contou a eles a parábola do amigo importuno e na aplicação da mesma disse:
“Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; (9,10) porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á”.
Com base no “que pede recebe” e do “quem busca acha” vemos alguns indivíduos apregoando a ideologia da famosa “oração forte”, da “oração infalível” a como dizem “oração de poder”.
Até encontramos alguém cantando que Deus não rejeita oração, que a oração é alimento, que nunca vi um justo sem resposta; basta somente confiar e por aí afora.
Porém a realidade bíblica é bem diferente disto.
Há orações que Deus rejeita sim; (Jr.14.11,12). Está escrito: ainda que multipliqueis as vossas orações (Is.1.15,16) não as ouvirei.
Infelizmente há uma heresia cultivada abertamente entre os cristãos, que é alimentada pelo individualismo e pela ganância exagerada pelo poder e pelos bens materiais, que toda oração mesmo egoísta, tem aprovação de Deus.
E na visão destes cristãos, oração ouvida é oração aprovada e oração aprovada é causa resolvida é “bênção” alcançada.
Deus não aprova e não responde orações egoístas; quem apregoa e leva o povo a acreditar que por sermos filhos de Deus e Deus um Pai amoroso, nenhuma de nossas orações fica sem resposta?
Quem assim acredita estar sendo enganado e o tal pregador que defende esta tese estar redondamente enganado também.
Deus também costuma negar pedidos, negar orações ou petições ainda que o próprio Jesus dissesse que “o que pede sempre recebe”.
Isto é uma contradição? Não. Então... Jesus mentiu? Não. Quis infundir nos discípulos uma falsa esperança? Também não.
Como Deus é um Pai Amoroso, na “Teologia dos Desejos” a ideologia é que se você quer um carro novo o “Pai Amoroso” tem que te dar; apenas peça.
De acordo com a “Teologia dos Desejos” a pessoa pede o que quiser; você pode orar por tudo o que desejar e o Pai terá que fazer ou te dar só porque Ele é bom e é amoroso.
Pregadores que apregoa este tipo de mensagem estão fazendo maus usos das Escrituras Sagradas, alimentando falsas esperanças, dando às pessoas a impressão de que a oração é uma chave mágica: resolve tudo.
Quando alguém congrega o povo e diz para este povo que eles são filhos de Deus e merece o melhor, tudo bem.
Agora acrescentar a isto a obrigatoriedade que Deus tem de atender todas as petições deles é errado.
Oração por copo d’água, água benta, correntes de sete dias, rosas vermelhas e tantas babaquices em destaque na atualidade, associadas a “orações fortes” ou “oração de poder” estão mais para feitiçaria.
Quem ensina que a oração pode tudo está redondamente enganado; a oração pode muito mais não tudo. Quem pode tudo é Deus.
E a oração que pode muito é a oração do justo (Tg5.16) e não a oração dos piratas da fé.
Um verdadeiro pai se for amoroso não dará aos filhos tudo o que eles querem e pedem.
Você daria ao seu filho uma peixeira para ele brincar de Tarzan só porque ele te pediu e você o ama? Ou daria um revolver carregado com balas trinta e oito pelas mesmas razões?
Você deixaria de levar seu filho para tomar uma benzetacil recomendada por seu médico só porque o seu filho te pediu para não tomar quando a vida dele depende disto?
Ora, sendo Deus o Pai amoroso o Pai sábio que Ele é, Ele nunca daria nem dará tudo o que pedimos a Ele.
Um pai sábio não dá tudo o que os filhos pedem porque ele sabe mais do que os filhos pensam que sabe e precisam.
E Deus? Não sabe do que precisamos?
Não me refiro às palavras de Jesus, mas esta filosofia de tudo que pedimos, recebemos, é egoísta e mascarada como ensino bíblico, e a razão para isto é a oração ainda que intitulada da fé, porém com a motivação errada.
As pessoas freqüentemente sentem-se incapazes de orar e realmente nem todos tem a habilidade devida para orar ou gosta de orar.
Os discípulo embora se sentido incapacitados a orar adentraram pelo caminho certo ao supor que Jesus poderia ensiná-los.
E o ensino que Jesus ministrou a eles consistia em quatro partes: Saber pelo que orar; a importância da perseverança na oração;.
A certeza de uma resposta positiva por causa do amor e bondade do Pai e ainda:
O supremo dom do Espírito Santo a fonte que é a fonte o poder para toda oração correta ser respondida. (Rm. 8.26,27).
Com base neste ensino de Jesus e em nome dele orando ao Pai movido pelo Espírito Santo quem pede recebe, quem busca acha e quem bate abrir-se-lhe-á.
- Pedir mal é pedir com a motivação errada –
A motivação é a necessidade de orar; o alvo é dirigir esta oração a Deus.
O requisito para se orar a Deus é a fé. O resultado é concessão liberal por parte de Deus sem repreensão.
Quem ora e agradece em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo amém! (Tg.1.5-7)
Certamente não sabe para quem dirigiu sua a oração e por isso orou mal.
Oração forte ou infalível não tem base bíblica. A oração da fé tem base bíblica se a motivação não for errada.
Guganic