[size=45]VISÍCULA a vesícula?[/size]
No post anterior sobre pedra na vesícula, tivemos diversas pessoas perguntando por que se retira também a vesícula e não somente a pedra, e muitas outras preocupadas sobre as consequências de viver sem a vesícula biliar.
Por que se retira a vesícula e não somente as pedras? Boa pergunta! O que acontece, na verdade, é que o que está doente é a sua vesícula e simplesmente retirar a pedra não resolveria o problema. Além disso, se ao manipular a pedra e ela se fragmentar e entrar na via biliar principal teríamos uma situação ainda mais grave e difícil para solucionar.
Até esse momento, a ciência não tem outra alternativa para tratar a colelitíase, ou seja, a pedra na vesícula a não ser operar, como já foi discutido no post anterior.
Pode-se optar por não operar, especialmente os pacientes assintomáticos, desde que eles estejam cientes do risco de colecistite aguda (inflamação aguda na vesícula) e pancreatite aguda. Pessoalmente, tenho uma tendência em operar, especialmente os pacientes jovens e sem comorbidades, já que a cirurgia é simples e resolve definitivamente o problema.
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Quando essa cirurgia é feita, ficamos sem a vesícula, que tem a função de armazenar a bile, um líquido esverdeado produzido pelo fígado, que facilita a atuação das enzimas digestivas sobre as gorduras, permitindo ao organismo absorver com mais facilidade as vitaminas vindas dos alimentos e, ainda, facilita o trânsito intestinal.
Quais as consequências de viver sem vesícula biliar? Sempre que se come alguma coisa gordurosa, a vesícula se contrai, expulsando sua bile armazenada para o duodeno, que é a primeira parte do intestino, onde encontrará o alimento ingerido e realizará sua função para a digestão acontecer sem nenhum mal-estar.
Quando não temos mais a vesícula, a bile produzida pelo fígado fica constantemente gotejando no duodeno. Com o tempo, a maioria das pessoas se adaptam e não sentem absolutamente nada de diferente. Entretanto, alguns pacientes se sentem mal quando consomem comida gordurosa, devendo ser orientados a escolher a dieta e evitar frituras e alimentos com alta concentração de gorduras.
A presença da bile constantemente no intestino pode também irritá-lo, fazendo com que quando você for comer alguma coisa, já sinta a necessidade imediata de ir ao banheiro, a chamada urgência evacuatória, especialmente quando o alimento é gorduroso. Esse é um dos piores sintomas e incomoda bastante.
Alguns podem até se adaptar logo e levar uma vida normal, porém outros carregarão esse problema por muito tempo.
E, para cuidar desse sintoma, há a droga chamada colestiramina, que é uma resina que “gruda” em si os sais biliares, impedindo que eles irritem a mucosa do intestino, e que são eliminados junto com as fezes, melhorando consideravelmente os sintomas.
É importante lembrar que toda cirurgia do abdome, mesmo que seja minimamente invasiva, pode causar desconforto de alguma forma. Mas, na maioria das vezes, com o passar do tempo, as pessoas conseguem voltar à vida normal.
Fique de olho
Saúde!FONTE: http://www.fabioatui.com.br/