A IDADE DA REFLEXÃO
A juventude e a velhice Ec. 12
Vs.1
Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles contentamento.
A ciência biológica afirma que a vida começa na concepção, ela é continua quer intra ou extra-uterina até a morte.
Isto significa dizer que a nossa jornada começou quando ainda éramos um liquido informe, depois um embrião inconsciente que veio a ser um feto e mais tarde uma linda criança recém-chegada a este mundo.
Todos nós, desde a primeira vez que respiramos, até agora continuamos a respirar porque Deus está no controle de nossas vidas.
Passamos pela nossa fase de criança, atingimos a puberdade, alcançamos o status de um jovem adulto, amadurecemos e chegamos à velhice e depois dela virá a nossa morte e a nossa vida nesta terra acabou.
Cada dia até aqui tivemos que fazer uma escolha; pois a vida é feita de escolhas; ainda que tenhamos feito algumas escolhas erradas tudo ainda acabou dando certo; ainda estamos aqui sobre a face da terra.
Outros, entretanto, chegaram depois e já se foram: faleceram.
Até aqui, como temos vivido nossas vidas?Tranquila, sóbria e sossegada?
Ou uma vida intranquila, deveras agitada, desorganizada, iracunda, cheia de atropelos e tropeços, pontilhada de mágoas e decepções?
Até aqui quais foram nossas melhores e piores escolhas? Certo é que ainda estamos sobre a face da terra e alguns até, servindo a Deus.
Está escrito que ainda que o homem viva muitos anos regozije-se em todos eles; contudo, deve, (Ec. 11.8.) lembrar-se de que há dias de trevas, porque serão muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
Vaidade, não a presunção total e sim ao vazio final de uma vida sem Deus.
Como tens levado a vossa vida; sem Deus?
Vaidade no sentido de nascer, lutar sofrer experimentar alguma alegria sempre transitória e, que é nada à vista da eternidade com Cristo, e depois deixar tudo e morrer.
Alegrias e prazeres são um direito nosso; Deus não nos proíbe de tê-los em tempo algum; desde que não contradigam Seus mandamentos ou impeça-nos de servi-Lo.
Cada época de nossa vida traz oportunidades e deveres e não se deve ser descuidados com as oportunidades e os deveres.
Porém nunca devemos nos esquecer que certamente o dia da prestação de contas chega e para todos. (Ec.11.9). Daí a severa advertência bíblica: lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade.
Há uma distância enorme entre o período da juventude e da velhice; porém esta distância continuadamente diminui e dependendo do modo de vida que se leva, a velhice chega bem antes dos cinquenta anos para alguns.
Sabe aquele jovem que você foi, cheio de ideias e vigor?
Na velhice, a falta de interesse pela vida e a falta de ideias e ideais somar-se-á a fraqueza do teu corpo e você dirá destes anos: não tenho neles contentamento.
Na juventude o foco é um futuro brilhante localizado à nossa frente na linha do nosso horizonte; na idade avançada não olhamos para o horizonte e sim para trás por cima dos ombros e a refletir: que fiz da minha vida?
Esta é a idade da reflexão quando então buscamos entender porque não chegamos a onde queríamos; perguntamo-nos porque dissemos sim a ele ou a ela quando deveríamos ter dito não, ou vice-versa.
Descuidando-se das boas oportunidades e dos deveres, não se lembrando do Criador no tempo devido e a velhice de alguém poderá ser de densas e longas e terríveis trevas.
Na juventude temos a nosso favor: vigor e a beleza física; também temos a aptidão e a disposição para compreender e empreender novas aventuras.
Mas o tempo passa e nós também passamos pelo tempo e com o tempo; as oportunidades vão diminuindo e se tornando raras e raras em todas as áreas de nossas vidas.
E o que nos resta? A falta de interesse pela vida, e também pelo pão.
A falta de interesse pelo sexo, a falta de ideais, e as fraquezas do corpo são particularidades de uma idade avançada.
Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade... (v2) antes que se escureçam o sol, a luz, e as estrelas do esplendor da tua vida.
A nossa juventude é o esplendor da nossa vida é a fase mais áurea quando temos a impressão que a vida e o tempo não passam e somos invencíveis.
Mais só podemos ter uma vida de esplendor se tivermos consciência que temos um Criador e que acima de tudo devemos amá-lo de todo o nosso coração, de toda nossa alma e toda nossa força.
A fraqueza dos braços, e das pernas, da voz, dos olhos, as vertigens, e a insônia, não são o registro de uma vida esplendorosa, pois é o inicio do ocaso da nossa curta existência na terra. (Ec.3.20)
No dia em que tremeres os guardas da casa – Fala de nossos braços e mãos trêmulas que antes era como um instrumento tanto de ataque (3) como instrumento de defesa de nosso rosto, vida e corpo.
E se curvarem os homens fortes – Fala de nossas pernas que não consegue mais, manter o peso de nosso corpo e ficamos meio inclinados.
Cessarem os moedores da boca por serem poucos, fala-nos dos dentes perdidos e gastos pela mastigação.
E se escurecerem os teus olhos nas janelas – Os olhos, as janelas da alma. Nosso vinculo com o mundo visível é a captação da luz pelos nossos olhos.
Segundo Jesus o olho é a luz que ilumina todo nosso corpo.
No dia em que não puderes falar em voz alta – Com a velhice o timbre da voz vai diminuindo, ficando cada vez mais fraco, a voz fica trêmula até que os lábios qual portas da rua se fecha para sempre.
A voz é um indicador do grau de velhice que atingimos.
Te levantares à voz das aves (4) e todas as harmonias filhas da música te diminuírem. – Este é o kit da velhice: insônia, declínio da voz, declínio da audição, ausência da libido e a perda gradativa da visão.
Quando temeres o que é alto – A velhice nos faz ter medo e nos faz andar tateando para não cairmos da altura de cinco ou dez centímetros.
Andar tateando é a característica do idoso.
E te embranqueceres como floresce a amendoeira – Fala-nos das cãs, dos cabelos brancos que vão surgindo timidamente até nos deixar com a cabeça totalmente branca como a amendoeira florida.
O gafanhoto te for um peso – É uma alusão ao andar inclinado para frente que o idoso tem e alguém o segura pelos braços
Com a falta de força física e o desvanecimento dos prazeres naturais da vida, só nos resta à sepultura a casa paterna, pois viemos do pó e para o pó voltaremos.(Ec.9.2,3)
Antes que se rompa o fio de prata (6) e se despedace o copo de ouro e se quebre o cântaro junto à fonte e se desfaça a roda junto ao poço.
Antes que a nossa vida cesse de todo, antes que nosso coração pare de bater, antes que percamos a nossa lucidez e nosso pulmão não inale o ar que precisamos respirar devemos nos lembrar do nosso Criador.
Pois quando a vida cessa o corpo volta à sepultura e o espírito volta para Deus que o deu se este espírito foi conservado puro. (II Co.7.1).
Pois Deus exige santidade do corpo (I Co.7.34) e do espírito.
A idade da reflexão é a idade das últimas avaliações do que realizamos ou deixamos de realizar; é a idade de nossas reavaliações das oportunidades perdidas e aproveitadas.
É a época de rever se devíamos ter amado mais ou amado menos ou nunca ter amado; ou odiado mais, ou menos, ou nuca ter odiado.
É a época de se perguntar por que não se perdoou mais, porque não se voltou atrás quando podia, porque não se foi em busca do que se devia buscar.
E agora, tudo é passado; só restam algumas histórias para serem contadas e não há quem queira ouvi-las.
Enquanto você tem saúde vá fazer uma visita a um asilo ou a um depósito de velhos e veja se já não há uma vaga reservada para você ficar no lugar daquele que você um dia abandonou lá.
Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias num asilo e você não tenha neles nenhum contentamento.
Guganic