O SÁBADO DE DEUS É O SÁBADO DOS HOMENS?
Gn. 2.2
No sétimo dia, Deus já havia terminado a obra que determinara; nesse dia descansou de todo o trabalho que havia realizado.
Vs.3
Então abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porquanto nele descansou depois de toda a obra que empreendera na criação.
O “Sétimo Dia” tem sido a razão de tantas e tantas emulações e porfias entre cristãos, e gerações e gerações de evangélicos.
Está escrito que no “Sétimo Dia” Deus já havia terminado a obra que determinara fazer. E neste dia descansou.
Então, no “Sétimo Dia” encontramos na Bíblia a revelação da existência de um “Deus” cansado.
Baseando-nos na premissa bíblica de que a Bíblia interpreta ou explica a própria Bíblia, encontramos a declaração bíblica do profeta Isaías. (Is. 40.28).
Is. 40.28a
Não sabes, não ouvistes que o Eterno, Yahweh, o Senhor, o Criador de toda a terra, não se cansa nem fica exausto?
Como creio realmente, que a Bíblia, a Toda Poderosa Palavra de Deus não se contradiz? Creio também que Deus não descansou de nada, pois cansado Ele não estava e nunca ficou.
Não vou ficar aqui a dar explicações exatas (acribologia) da etimologia do vocábulo “sábado” no hebraico (shãbat) ou aramaico (sabbaton) ou no árabe (sabata).
Todos têm o sentido de “cessar, ou interromper, ou interceptar” e não o sentido de “relaxamento ou repouso”. – Logo não posso entender que Deus ficou exausto e tirou um dia para relaxar.
O descanso de Deus no sétimo dia compreende a cessação, a interrupção do trabalho criador, (trabalho imediato), pois o trabalho, a obra mediata até hoje Deus trabalha, executa.
Is. 64.4
Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.
Desde a antiguidade, significa dizer que é muitíssimo antes da fundação do Conselho da Sabedoria de Deus. Desde esta época Deus trabalha.
Disse Jesus:
Jo. 5.17
Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
O sétimo dia, portanto foi o encerramento das obras imediatas (haja) e (produza).
Será que Deus “descansou” no sétimo dia para restaurar suas forças? É cabível imaginarmos assim? Não! Não é. Logo, o sétimo dia não era um descanso para restauração de Deus.
E sim um dia de contemplação no sentido de satisfação em face do que tinha sido realizado.
Este tipo de descanso em face do que o homem realiza na semana é mais para restauração do vigor, das forças físicas, do que da contemplação de suas obras que são más.
O sábado de Deus não poderia ser o mesmo sábado do homem, pois Adão não foi criado antes do sexto dia e sim no sexto dia.
No sétimo dia Adão havia trabalhado só parte de um dia (o sexto dia) dando nome aos animais. (Gn. 1.24-31).
Não há registro de nenhum sábado para o homem por pelo menos 2.513 anos após o descanso de Deus no sétimo dia.
O primeiro sábado após 2.513 anos depois do primeiro sábado de Deus para o homem é mencionado em Êxodo (Ex.16.23-29).
Ex.16.29
Considerai que o Senhor vos deu o sábado; por isso, ele, no sexto dia, vos dá pão para dois dias; cada um fique onde está ninguém saia do seu lugar no sétimo dia.
Este “sábado” passou a ser um sinal entre Deus e Israel quando tirados do Egito e antes da proclamação do tão falado “Quarto Mandamento”.
Mais tarde depois da proclamação do “Quarto Mandamento”, isso continuou: um sábado apenas para Israel, como sinal entre eles (Israel) e Deus. (Ex.31.12-18).
Ex.31.13
Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim (Deus) e vós (a nação) nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o Senhor que vos santifica.
Vs.14a
Portanto guardareis o sábado, porque é santo para vós outros;
Pelo que os filhos de Israel guardarão o sábado (Ex.31.16) celebrando-o por aliança perpétua nas suas gerações (Ex.31.17) entre mim (Deus) e os filhos de Israel.
O sábado do homem era para comemorar a libertação de Israel da escravidão egípcia e não para comemorar o dia do descanso de Deus, a cessação da obra criadora imediata há 2.513 antes.
Dt. 5.12
Guarda o dia de sábado, para santificá-lo, como te ordenou o Senhor teu Deus.
Vs.13
Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho.
Vs.14
Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva descansem como tu;
Vs. 15
Porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido; por isso o Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado.
A ideia do sábado ou “o sétimo dia” não é tornar ninguém mais santo ou menos santo, mais sábio ou menos sábio; pelo menos era assim para os israelitas até uma determinada época.
Deus terminou Seu trabalho no sétimo dia, não por fadiga, (como acontece com o simples mortal) e, sim, porque havia completado a Sua obra no sexto dia.
Infelizmente há algumas traduções bíblicas que querem nos fazer entender que Yahweh, o Senhor Deus é um Deus cansado, pois até acrescentam: e ao sétimo dia descansou e restaurou-se.
Mas as traduções sérias (Ex.31.17) apenas dizem: e no sétimo dia não trabalhei, descansei.
Quando a Bíblia diz que Deus santificou o sétimo dia significa que ele “separou este dia” e não que o dia seja santo porque Deus é santo e nós temos que ser ainda que não consigamos.
“Santo” é separação entre o profano e o sagrado.
Se aplicarmos esta premissa ao sábado (o dia do descanso de Deus) então haveremos de entender que os dias da criação eram dias profanos.
E hoje todos os dias também são profanos excluindo-se o sábado.
Quando Deus santificou o sétimo dia (o dia do Seu descanso) ele não o fez para separação entre o “profano e o sagrado”, pois ainda não havia entrado o pecado no mundo.
O repouso de Deus no sétimo dia (O sábado) não significa que ele estava inativo; Deus apenas cessou a obra da criação imediata.
A observação do sétimo dia, ordenada a Israel, como sinal entre Deus e a nação, acabou se transformando num fardo para o povo que de qualquer forma se alegrava no descanso.
De acordo com as ideias rabínicas (Mt.12.1-8.) o ato dos discípulos arrancarem espigas quebravam frontalmente o sábado em dois pontos: colher e malhar.
Para os observadores, os “vigilantes” do sábado (os rabinos) arrancar era colher e esfregar (debulhar) era malhar.
Até hoje encontramos esses “acréscimos tradicionais” por aqueles (rabinos da atualidade) que observam o sábado como um dia “santo” e não de descanso, e os demais dias: profanos.
Para livrar os israelitas do fardo do sábado Jesus disse a alguns deles:
Mt. 11.2
Venham a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.
Vs.29
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.
Vs.30
Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.
Ainda hoje o fardo de Jesus é leve; o fardo do sábado não.
Esta "pessoa" aqui, louva aos Senhor por saber quem criou o dia de descanso (o sábado) e para que ele serviu e serve.
Guganic