UM ESPINHO NA CARNE.
Para que serve? II Co. 12.1-10
Vs.1
Se for necessário que me glorie, ainda que não convenha, passarei a visões e revelações do Senhor.
O apóstolo Paulo (At.9) teve sua conversão ou vida espiritual mudada através de uma importante revelação de Cristo; e isto foi no caminho para Damasco.
Entre as muitas revelações que teve, já num patamar espiritual mais elevado, falando como se não fosse dele mesmo, disse ter conhecido um homem que teve uma experiência inaudita.
Um homem em Cristo que foi arrebatado até ao terceiro céu. Foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis as quais não é licito ao homem referir. (vs; 2,4).
Os inimigos de Paulo precisavam de uma resposta de sua parte; mas Paulo sabia: Não convém gloriar-me nas minhas realizações espirituais.
Mas, uma vez que se fazia necessário responder aos seus inimigos em Corinto, ele iria gloriar-se em Deus das visões e revelações dadas pelo próprio Deus na Pessoa de Cristo a ele.
Gloriar-se não no sentido de evidenciar alguma soberba ou orgulho como se tivesse mérito para ter recebido cada uma ou qualquer revelação ou visão.
E na exposição desta revelação (vs.2) acontecida havia catorze anos passados, ele propositadamente suprime o seu próprio nome e fala como se de uma outra pessoa.
Às vezes temos a tendência em querer mostrar que certos privilégios espirituais que gozamos ou recebemos de Deus são os frutos de nossos méritos intelectual ou pessoal.
Nada que recebemos de Deus pode ser considerado resultado da nossa disposição mental, pessoal ou intelectual.
Caso tivesse tomado o caminho (como alguns tem feito em nossos dias) da auto glorificação não estaria mentindo nem sendo soberbo nem orgulhoso ou prepotente.
Porque certamente seus relatos eram verdadeiros com relação às obras e maravilhas realizadas por ele em o nome do Senhor Jesus. (Vs.6).
Para evitar ser mal interpretado Paulo preferiu falar como se não tivesse sido ele o homem arrebatado ao terceiro céu.
A outra possibilidade desta atitude pode repousar no fato de o “espinho na carne” já ter sido posto nele como um sensor contra a soberba ou a egolatria.
Talvez você não saiba, mais um espinho na carne é de grande utilidade para Deus. Ele é um lembrete. No caso de Paulo um sensor.
O espinho na carne nos faz lembrar quem é Deus em nossas vidas e o que somos em Deus.
Você já teve um espinho cravado na sua carne? Lembra como ele foi cravado em você? Lembra as reações que ele provocou?
Você já foi espetado por um espinho de laranjeira, ou de limoeiro ou de uma rosa, ou uma um espinho (espinha) de um peixe chamado bagre ou mandi?
É evidente que literalmente Deus não introduziu no apóstolo um espinho no seu corpo físico, pois isto seria sadismo da parte de Deus.
Por outro lado não vamos ficar aqui fazendo conjecturas e especulações ordinárias como é costume de alguns, fazer.
Mas é sobre isto que tratamos nesta mensagem: qual a utilidade de um espinho na carne?
Literalmente falando só serve para nos provocar dor, incômodo, mal estar; se não for tirado logo causa inflamações e apostemas.
E no sentido espiritual? Serve para nos deixar debilitado precisando continuamente dos cuidados e atenção de Deus.
Quando Paulo diz: foi-me posto um espinho na carne; - não imagine ele com o espinho literalmente falando no seu corpo, pois isto é uma figura de linguagem.
Agora ele poderia ter sim, algo no seu corpo literalmente falando e que o incomodava.
Ele disse aos Gálatas: e vós sabeis que vos preguei o evangelho à primeira vez (Gl. 4.13) por causa de uma enfermidade. – Isto era na carne, a enfermidade.
Crendo alguns (Gl. 5.15) a referida enfermidade era nos olhos.
Alguns acham que as constantes perseguições ou fortíssimas e freqüentes dores de cabeça ou até epilepsia era o incômodo intituladas de “espinho na carne”
No Antigo Testamento espinho se referia a inimigos.
Nm. 33.55
Mas se não lançardes fora os moradores da terra de diante de vós, então os que deixardes ficar vos serão por espinhos nos vossos olhos, e por aguilhões nas vossas virilhas, e apertar-vos-ão na terra em que habitardes.
Js. 23.13
Sabei certamente que o Senhor vosso Deus não continuará a expulsar estas nações de diante de vós, mas elas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas, e espinhos aos vossos olhos; até que pereçais desta boa terra que vos deu o Senhor vosso Deus.
A grandeza de Deus e as maravilhas dele presenciadas por Paulo ampliaram significativamente sua fé e poder espiritual.
Mas para que ele se mantivesse consciente da sua humanidade limitada, lhe foi imposta (7) uma aflição permanente e dolorosa na sua carne.
Essa situação levava Paulo a se gloriar somente no Deus de toda a graça.
Às vezes Deus permite que tenhamos certas fraquezas para que não venhamos a ter ataques de extrema santidade e nos gloriarmos por coisas que Ele faz como se nos tivéssemos feito.
Foi-me posto um espinho na carne (7) para me esbofetear. No verso oito ele diz que pediu a Deus para afastar dele.
Literalmente não se afasta um espinho de uma pessoa e sim se arranca. Logo este mensageiro de Satanás era uma pessoa em carne e osso e Paulo era esbofeteado por ele.
Nominalmente Paulo diz (II Tm 4.14) que Alexandre o latoeiro que trabalhava com bronze causou muitos males a ele.
Se Paulo era esbofeteado por Alexandre isto certamente era uma humilhação já que ele sendo cheio do Espírito Santo não agia movido por este contra Alexandre por não lhe ser permitido.
De qualquer forma o “espinho na carne” lembrava a Paulo que na terra santificação absoluta não existe; mas que ele devia viver na absoluta dependência de Deus.
E nisto se gloriar e poder dizer: não mais vivo eu; mas Cristo vive em mim.
Se atingirmos o nível de vida espiritual que Paulo alcançou só poderemos viver em Cristo; ainda que um espinho na carne nos atormente constantemente.
Guganic