CONCEPÇÕES INDIGNAS A RESPEITO DE DEUS
Jó. 10
Vs.1
A minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma.
Vs.2
Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.
Vs.3
Parece-te bem que me oprimas, que rejeites o trabalho das tuas mãos e resplandeças sobre o conselho dos ímpios?
Vs.4
Tens tu porventura olhos de carne? Vês tu como vê o homem?
Vs.5
São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem,
Vs.6
Para te informares da minha iniqüidade, e averiguares o meu pecado?
Vs.7
Bem sabes tu que eu não sou iníquo, (ímpio); todavia ninguém há que me livre da tua mão.
Enojado da sua própria alma, e tomado pela angustia da mesma, Jó deu livre curso à sua queixa.
Tem muita gente que enojado da própria alma e tomado por um forte sentimento de angustia, e desgosto, também dá livre curso a suas queixas. – Nestas horas todo cuidado é pouco.
O que lemos no capítulo dez do “Livro de Jó” são concepções indignas e contrárias a Deus e Sua natureza.
Não faz parte do caráter de Deus condenar o inocente; não são de o seu feitio oprimir e contender quem quer que seja.
Deus nunca foi e não é favorável ao perverso em tempo algum.
Mas, quando alguém é tomado pela adversidade, quando por qualquer razão as circunstâncias da vida de alguém mudam para pior, o tal pode mudar sua concepção a respeito de Deus.
E tudo, ainda que por um lapso de tempo, proferido contra Deus ou Sua natureza, poderá gerar um profundo desconforto, a quem o faz, por não vigiar nas palavras.
A Bíblia só nos concede o direito de nos queixar, é contra nossos próprios pecados. Nem do pecado alheio podemos nos queixar.
De que se queixa, pois, o homem vivente? (Lm. 3.39) Queixe-se cada um dos seus pecados.
Por achar que Deus estava alheio a situação dos oprimidos, e desconsolados, o pregador (Eclesiastes) chegou considerar haver mais felicidade para os mortos do que para os vivos.
Ec. 4.1
Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: vi as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse. (Que falta fazia aos oprimidos não ter um Mediador).
Vs.2
Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram mais do que os que vivem;
Vs.3
Porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol.
Cada pessoa tem um modo próprio de se queixar; e toda, queixa e pensamentos que nos leve a ter uma concepção indigna sobre Deus, ou Sua Pessoa ou Sua obra é falta de temor e respeito.
Certamente agindo assim entraremos numa rota de colisão contra Deus e passamos a correr sério risco de vida, caso o Senhor não se mostre misericordioso.
Que Deus nos guarde pelo seu amor de pecar contra ele assim.
Não devemos nos esquecer que a causa de todas as lágrimas, opressão angustia e violências... São nossos pecados.
Jó estava cheio de tédio, cheio de queixas, cheio de amarguras, cheio de acusações contra Deus e tomado de profunda amargura.
Por sete vezes Jó se reporta a amargura da sua própria alma.
Ninguém há (vs.7) que me livre da tua mão: disse Jó. Realmente não havia um mediador entre Jó e Deus.
Mais hoje as coisas são diferentes e bem melhores; hoje há um Mediador entre Deus e o homem: Jesus Cristo.
Ele mesmo disse (Lc. 4.18,19) que veio para pôr em liberdade os oprimidos e apregoar o ano aceitável do Senhor.
Vs.7
Bem sabes tu que eu não sou iníquo, (ímpio); todavia ninguém há que me livre da tua mão.
Erroneamente Jó pensou que estava nas mãos de Deus e Deus o afligia e ainda o atormentava.
Erroneamente algumas pessoas pensam assim e isto é uma concepção indigna a respeito de Deus e Sua natureza.
A única vez que Deus se rirá da calamidade de alguém é quando este alguém zombando dele o rejeitar deliberadamente até o dia que chegue o tempo do juízo.
Temos tantos conceitos falsos e errôneos sobre Deus que se Ele se voltasse para nós só para nos provar o contrário?
Pediríamos a Sua misericórdia com o rosto no pó. E gentilmente ele nos perdoaria.
Deus não absolve alguém até que este alguém faça uma confissão apropriada e assim preencha as condições para o perdão.
Até entendo a situação de Jó, que no desespero das profundezas das dúvidas dissabores e amarguras em que se encontrava, e como assim como nós, possuidor de uma natureza humana: Deu essa escorregadela.
Ainda bem que Deus não se apressa a considerar e castigar logo as mais insignificantes palavras proferidas contra ele.
Por isso, o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de equidade; (Is. 30.18.).
O Senhor esperou por Jó e tendo compaixão dele mudou a história dele para melhor.
Que o Senhor tenha misericórdia dos enojados da alma e da vida em que vivem.
Guganic