OBRAS DA CARNE: INIMIZADES
A convivência em sociedade nunca foi fácil e nunca será.
O comportamento humano sempre foi pautado por traições, mesquinharias, enganos, tropeços...
O ser humano é extremamente melindroso, e se ofende, e se sente ameaçado por pouca coisa, às vezes por quase nada. Algumas vezes por nada...
A já comentada insegurança da alma do ser humano, às vezes o leva a tangenciar a paranóia, fazendo-o pensar que há pessoas que querem prejudicá-las, afligi-las, machucá-las, atingi-las, roubá-las, matá-las... Assim, às vezes, uma falta de cumprimento, é suficiente para desencadear um processo que pode acarretar rompimento de relacionamentos.
Nossos olhos são a janela de nossa alma, e o que vemos depende de nosso estado de espírito, do que somos e das circunstancias em que ocorrem os fatos.
Nós filtramos, interpretamos o que vemos, e às vezes, chegamos a conclusões totalmente erradas. Construímos toda uma situação de maldade, toda uma cadeia de intrigas, toda uma fundamentação e o conluio de pessoas que se unem para nos prejudicar, nos ludibriar, que às vezes não corresponde à realidade dos fatos. Vemos intenções que somente existem na nossa imaginação.
Por que estou falando sobre isto? Porque "inimizade" é um conceito ativo, não um conceito passivo. Isto é, no mais das vezes, não são as pessoas que se declaram nossas não-amigas. Lógico que há situações em que não tem como deixarmos de reconhecer inimigas porque elas assim se declaram e praticam atos de inimizades. Mas, no mais das vezes, nós é que "sentimos" que as pessoas são ou se tornaram nossas inimigas.
Por um motivo ou outro de somenas importância, passamos a antipatizar com algumas pessoas. A acreditar que elas têm algo contra nós, e que, assim, não querem o nosso bem... ou, pelo menos, não se interessam com o nosso bem-estar.
Há que se diferenciar quem são efetivamente, nossos inimigos, e quem são aqueles que consideramos, elegemos, como nossos inimigos.
Quando as pessoas à nossa volta deliberada e intencionalmente querem nos prejudicar e fazem coisas no intuito de nos acrescentar dores e aflições, inegável que são nossas inimigas, e que por isso mesmo devemos amá-las (Mt. 6:44).
A carne opera quando, seguindo nossa essência má e egoísta, consideramos, elegemos nossos irmãos como inimigos, e procuramos nos afastar deles, deixamos de nos preocupar com elas. E chegamos até a sentir uma ponta de satisfação se eles passarem por dores e aflições.
Inimizade é obra da carne. Você tem sido amigo(a) de teus irmãos? As pessoas da igreja são tuas amigas? As pessoas da igreja tem a ti como amigo(a)?
Existem três sentimentos que podemos sentir em relação às pessoas que estão nas igrejas: amor, ódio e indiferença. De longe, é possível concluir que o sentimento mais comum e a indiferença.
Tanto faz como tanto fez se as pessoas estão na igreja ou não. Indiferença é uma forma da inimizade de que fala a Bíblia...
Temos que amar, e sermos amigos das pessoas que estão na igreja. Não importa se elas se importam conosco ou não, se nos amam ou não. Nós temos que amá-las, e ajudá-las, e nos importarmos com ela. O que foge disto não é amor.
Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Mt.22:37-39)