Daniel capítulo 9
AS SETENTA SEMANASEsta profecia tem sido alvo de estudo por muitos anos e muitos estudiosos. Varias interpretações foram sugeridas, mas com o passar dos anos muitas se revelaram infundadas, mas ha ainda diversas interpretações. Mesmo que tenha uma opnião diferente estude toda a lição. Esta é uma profecia curta em palavras mas extensa em período, altamente complexa e surpreendemente precisa, vejamos a profecia:
Setenta semanas estão decretadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o santíssimo.
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém até o ungido, o príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; com praças e tranqueiras se reedificará, mas em tempos angustiosos.
E depois de sessenta e duas semanas será cortado o ungido, e nada lhe subsistirá; e o povo do príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
E ele fará um pacto firme com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador; e até a destruição determinada, a qual será derramada sobre o assolador.
Daniel 9:24-27
No contexto do livro de Daniel temos os símbolos de quatro reinos, começando com Babilônia, Medo-Persa, Grécia e Roma. Estes reinos englobam toda a história desde o início do cativeiro até a vinda do Messias. Falamos deles na estátua e na visão dos quatro animais. No capítulo 8 de Daniel, que abordei rapidamente, explana-se os reinos Medo-Persa e Grécia, e as visões referem-se ao período destes reinos.
Setenta semanas. A palavra hebraica para semanas significa sete, melhor ler assim: setenta setes. Semanas de anos como em Lv 25.3-4 e não de dias, seria impossível reconstruir a cidade e destruí-la novamente em tão pouco tempo. Em Dn 10.2-3 é especificado que se trata de setes de dias, pois fez jejum por três semanas inteiras, não vinte e um anos, no hebraico se lê “três setes de dias”.
Desde ... até. Quando se deu início esta profecia, com Esdras ou Neemias? A controvércia acontece para se determinar quando termina as primeiras 69 semanas, no nascimento de Cristo (ou perto dele) ou na sua morte (ou perto dela) ou na entrada triunfal em Jerusalém. Detalhar cada uma delas tomaria muitas linhas, então exponho apenas esta última.
Os decretos de Esdras se referem a reconstrução do templo, e não da cidade (Ed 1.1-2; 4.1-5, 11-24; 6.1-5, 14-15; 7.11,20,27). Fala-se da “casa do senhor”.
Veja o decreto de Neemias (Ne 1.1-4; 2.1-8 ) :
e disse ao rei: Se for do agrado do rei, e se teu servo tiver achado graça diante de ti, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique.
Neemias 2:5como também uma carta para Asafe, guarda da floresta do rei, a fim de que me dê madeira para as vigas das portas do castelo que pertence à casa, e para o muro da cidade, e para a casa que eu houver de ocupar. E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu Deus sobre mim.
Neemias 2:8Vemos que não foi apenas o muro que teve autorização de reedificar e que “E o rei mas deu, graças à mão benéfica do meu Deus sobre mim.”
Neemias registra cuidadosamente a data exata:
Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimos do rei Artaxerxes, quando o vinho estava posto diante dele, que eu apanhei o vinho e o dei ao rei. Ora, eu nunca estivera triste na sua presença.
Neemias 2:1
Decreto do rei Artaxerxes sai em 445 a.C. e as primeiras 69 semanas terminam no tempo do reinado do Messias. Há calculos (veja abaixo) que nos levam exatamente a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, o mais importante é que término deste período deve ser entes da morte de Jesus Cristo.
1-Sete semanas ou 49 anos, possivelmente encerrando a carreira de Neemias com a reconstrução das “praças e circunvalações”, bem como o ministerio de Malaquias e o fechamento do AT.
2-Sessenta e duas semanas ou 434 anos completam o primeiro período da profecia, com a entrada triunfal em Jerusalem no mês de Nisã no ano 30 d.C. Veja Mt 21.1-9 e Zc 9.9.
3- Nos últimos sete anos finais das setenta semanas o povo romano, do qual surgirá o anticristo, destruirá a cidade e seu templo.
Dn 9.24 Deus revela o que aconterá ao povo de Israel. Duas etapas, cada uma com três realizações, a primeira relacionada ao pecado:
1- Fazer cessar a transgressão, isto é, restringir os pecados de Israel, particularmente sua tendência a apostasia (9.11)
2- Para dar fim aos pecados, ou seja, puni-lo de modo a acabar com ele (Hb 9.26).
3- Para expiar a iniquidade, significa fornecer uma base real para para cobrir os pecados por uma expiação plena, o sangue do Cristo crucificado, o qual foi “morto” (Zc 13.1)
Em segundo lugar as relacionadas a justiça:
1- Trazer justiça eterna, a eterna justiça do povo de Daniel, depois de séculos de apostasia
2- para selar a visão, ou seja as revelações não são mais necessárias
3- para ungir o Santos dos Santos, consagrar o Santo lugar num futuro templo que se tornará o centro do culto e adoração do milênio (Ez 40).
Claramente isto deve ser compreendido como acabar com o poder pagão e o tempo do anticristo imediatamente antes da vinda de Cristo. Em resumo, as três primeiras se realizam inicialmente na primeira vinda de Cristo e plenamente na segunda vinda. As últimas três completam o plano da segunda vinda.
Dn 9-25 Já comentamos sobre o provável início desta profecia acima.
Dn 9-26 Neste versículo temos a afirmação importante que depois das primeiras 69 semanas “será morto o ungido”, isto é, a morte de Cristo ocorre depois das 69 semanas, e que a cidade e o templo serão destruidos ehaverá guerras até ao fim. Comentadores que defendem que se refere a Antíoco Epifânio este período ficam desarmados pois o fato é que Antíoco não destruiu a cidade e seu templo, no máximo causou danos.
Temos duas maneiras bem difundidas de apreciar esta profecia: a primeira prega a continuidade, isto é, as semanas de anos são consecutivas; a segunda prega um intervalo entre as 69 primeiras e a última. No primeiro modo tem dificuldade para conter estes eventos do versículo 26, bem como as realizações prometidas do versículo 24. E mais ainda, onde acabaria as setenta semanas, qual seria o evento final predito aqui.
Por essas razões se faz nescessário um intervalo entre as primeiras sessenta e nove semanas e a última. Isto não é incomum nas profecias, em particular do VT. Cito a seguir um pequeno trecho de um estudo postado pelo irmão Assuero:
“Por exemplo, Isaías 61:1 e 2 contém uma profecia da obra que Cristo faria em Seu primeiro advento. Em Lucas 4:17-19 está o relato de Cristo lendo essa profecia para o povo e informando: “Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir.” Verso 21.
Mas um exame cuidadoso revelará que Cristo não leu toda a profecia de Isaías, embora evidentemente ela seja uma declaração conectada. Ele terminou com a frase: “Apregoar o ano aceitável do Senhor.” Mas a frase seguinte da sentença é: “E o dia da vingança do nosso Deus.” Ele não leu essa parte porque ela não devia se cumprir logo. A passagem de Isaías nem mesmo sugere que um período de tempo se interpõe entre esta frase e as precedentes. Mas outras passagens bíblicas indicam claramente tal fato, e é pelo exame de todas as outras passagens que entendemos uma profecia breve e condensada como essa de Isaías.”Assim podemos ver que separar a última semana das primeiras sessenta e nove é perfeitamente possível, e necessário para uma correta interpretação da profecia de Daniel.
Dn 9.27 "até que a destruição que está determinada, se derrame sobre ele." Isto é claramente o fim de uma era, certo é que estes eventos ainda não ocorreram por que a entrada da justiça não ocorre nos sete anos seguintes da morte de Cristo, nem a destruição de Jerusalém (ocorreu 37 anos depois). Esse é o futuro período de sete anos que acabará com punição final do pecado e com o reino de Justiça de Cristo, ou seja a segunda vinda de Cristo.
Ele fará firme aliança. “Ele” é o último príncipe mencionado (v26) líder da esfera romana, os reis que unem dos pés da estátua do capítulo 2, e o animal espantoso do capítulo 7 (Dn 7.7-8, 20-21, 24-26), o anticristo virá nos últimos dias. “fará firme aliança”, o líder desta aliança o pequeno chifre, ele próprio firmará pacto com Israel. É o lider perverso da profecia do NT (Mc 13.14, 2Ts 2.3, Ap 13.1-10) que ele está no futuro mesmo depois da vinda de Cristo pode ser visto em Mt 24.25; pelas referências de tempos lhe confere Dn 7.25; Ap 11.2-3; 12.14 e 13.5; pelo tempo final que se estende até a segunda vinda Dn 2.35,45; 7.15ss; 12.1-3; Ap 11.2; 12.14; 13.5.
Na metade da semana. O meio da última semana que levam à segunda vinda de Cristo, quebrará o acordo e fará cessar o sacrifício que havia retornado. É chamado de a grande tribulação Mt 24.21.
Abominações... virá o assolador. O anticristo fará abominações contra a religião dos judeus 2Ts 2.4.
Destruição. Deus permite essa tribulação sob a perseguição do anticristo e no final triunfa, executando o castigo. Executará então a destruição que está determinada sobre ele e todos os que merecem ser punidos Ap 19.20; Mt 13.41-43.
Muitos detalhes não foram estudados do livro pois, como disse, é um estudo bem resumido e ainda faltam 3 capítulos, os trarei em outra oportunidade, se Deus permitir.
Espero que tenha esclarecido meu entender de forma simples e clara a respeito deste estudo, que nos ajuda a entender muitos outros.
Veja um exemplo da cronologia de Daniel. Repare que não é fácil. Este exemplo já é antigo.
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Livros consultados:
Bíblia de estudo Scofield
Bíblia de estudo Macarthur
Daniel, introdução e comentário; Baldwin,J.G.
As setenta semanas de Daniel; Dr. Clain,A.J.Mc.
Programa Rota 66, Luis Sayão, Radio Transmundial.