NEM OURO NEM PRATA
At.3.6
E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.
Nem ouro nem prata têm algum valor no reino de Deus, mas no reino dos homens é justamente o contrário.
A porta do templo era chamada de Formosa mui provavelmente por causa do material de que era feita: bronze.
Porém o pedinte que nela esmolava não tinha nada de formoso, pois a deformidade física não o permitia ser formoso.
Enquanto a porta ostentava grandeza, (vs.2) o esmoler ostentava a miséria da severa invalidez de nascença.
Mas, naquela tarde, mais precisamente à hora da oração, à hora nona, a melhor coisa que aconteceu ao coxo que pedia esmola foi encontrar-se com um homem que não tinha nem ouro nem prata.
Muitas vezes encontramos pessoas que também não tem nem prata nem ouro, mais tem muitos dólares e muitos reais e não tem Jesus em suas vidas.
O coxo e àqueles que os levava todos os dias à porta do templo para esmolar, sabia perfeitamente que era costume dos que iam ao templo orar, levavam dinheiro para as ofertas.
Então aquele desafortunado da saúde era levado e colocado estrategicamente no lugar que podia lhe render uns trocados.
Calejado pelos anos de infortúnio a esmolar, certamente ele possuía mais esperança em receber algumas míseras migalhas do que receber a bênção da saúde.
Como é bom e mui gratificante encontramos pessoas como Pedro.
Desprovidas de riquezas, de preconceitos, de prepotências e arrogâncias, e possuidoras das misericórdias de Deus; pessoas capazes de condoer-se da miséria alheia.
Disse Pedro: não tenho prata nem ouro. E você meu caro tem o quê, a oferecer àqueles que te pedem?
Hoje tem tanta gente que vai ao templo e tem ouro prata dólares, reais, fazendas, contas nos paraísos fiscais, cabeças de gado e jatinhos particulares e falta-lhes o exercício da misericórdia.
A cura recebida pelo coxo e realizada por Pedro em o nome de Jesus não rendeu fazendas, nem jatinhos nem cabeças de gado nem emissoras de televisão nem a Pedro e nem a João.
A cura do coxo da porta do templo (8.) só rendeu louvores a Deus.
Os apóstolos eram tão pobres que não tinham nada (de material) para oferecer.
Hoje é o contrário; os que na atualidade se dizem apóstolos não são pobres; pois são possuidores de fazendas, dólares, gados e reais, empresas para lavagem de dinheiro e tudo mais.
Os apóstolos de Jesus e também Pedro e João, não tinham nada a oferecer. Os de hoje têm tudo, mas não oferecem nada.
Os “apóstolos” de hoje, em nome da “fé” com ares de santidade e lágrimas de crocodilo arrancam o mínimo que os necessitados têm.
São estes, (At.20.29) que a palavra que saiu da boca de Deus os chama de: lobos vorazes.
Disse Pedro: mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo o Nazareno, levanta-te e anda.
Saber que alguém tem esse poder de tomar outro alguém pela mão e fazê-lo andar é mais maravilhoso do que possuir todas as riquezas do mundo.
Jesus não mudou, ainda é o mesmo; o evangelho de Cristo também não mudou e ainda é o mesmo.
Agora o que mudou são os apóstolos; os de hoje não lembram em nada os que nos primórdios da Igreja curavam em nome de Jesus e os glorificavam por isto.
Os apóstolos de hoje também curam; eu só não sei se eles são ministros de Cristo, pois Satanás (II Co 11.14) se transforma em anjo de luz; e seus ministros em ministros de justiça (II Co.11.15)
Depois de curado, o coxo foi reconhecido pelo povo e o povo ficou maravilhado por tamanho feito realizado.
E Pedro vendo isto disse ao povo: Porque vos maravilhais disto? Ou, porque olhais tanto para nós (At.3.12) como se por nossa própria virtude ou santidade fizemos andar este homem?
Pedro começou a descartar qualquer possibilidade de o povo querer endeusá-lo ou glorificá-lo.
Disse Pedro: não é nossa própria virtude ou santidade que fizemos andar este homem.
Tem gente que acha que cura divina é grau de santidade e poder de alguém; não atenta para o que Jesus nos ensinou.
Os apóstolos de hoje fazem justamente o contrario; se intitulam mais poderosos, mais santos, mas consagrados, e mais capazes de realizar o que Jesus nunca realizou.
Nos testemunhos o nome menos lembrado é o de Jesus e o mais badalo é o do “apóstolo” e da tele-igreja ou igreja que ele se exibe ou serve; não sei bem.
Mas eu conheço igrejas que não estão na mídia, onde seus ministros não são badalados nem conhecidos e que às vezes não tem nem o pão para comer.
Mas quando pregam a palavra, Jesus cura, salva batiza, revela, consola e o nome de Jesus é glorificado.
O que tenho visto hoje é muita prosperidade material e uma grande falecia espiritual.
Que Deus tenha misericórdia do seu povo e comece por mim.
Guganic