UM HOMEM COM PREÇO DE MULHER
Gn. 3.11
Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
Vs.12
Então disse o homem: a mulher que tu me destes por esposa, ela me deu da árvore e eu a comi.
Esconder-se de Deus foi uma declaração feita sem palavras e apenas por uma atitude de que o mal acabara de se estabelecer na terra.
E para Adão a culpa certamente não fora dele e sim no mínimo, de Deus, pois o presenteou com uma esposa, coisa que ele nunca pediu.
Está certo que se ele não fosse induzido, a comer do fruto, à história poderia ter sido outra; mas creio que em se tratando das coisas de Deus não é bom conjecturar.
O certo é que Adão apontou para alguém como que responsável pelo seu erro. (Muitos culpados fazem isto também).
Aparentemente ele deve ter crido não ter nenhuma culpa afinal Deus voltou-se para a mulher e a indagou: que é isto que fizeste?
Seguindo os passos de Adão a mulher também tinha a quem acusar: A serpente me enganou, (Gn. 3.13) e eu comi. – Simples assim.
O resumo desta história é que a partir deste momento a mulher entra para a história da humanidade carregando o fardo da pesadíssima culpa de ter induzido o homem (Adão) a comer o que não devia.
A pesar de todo desconforto e mal-estar que foi gerado por este ato indevido, Deus ainda fez uma promessa de restauração.
Um descendente da mulher iria ferir a cabeça da serpente ainda que o calcanhar do descendente ((Gn.3.15) também seria ferido.
Vivendo fora do seu habitat natural (o Éden; vs23) Adão e Eva viram os anos que se seguiam a este episódio passarem; e em um deles chegou a este mundo: Caim, o filho esperado.
Quem sabe Eva não olhou para Caim como o descendente que ia pisar a cabeça da serpente e assim o estigma da culpa seria tirado da suas costas.
E assim como Eva, milhares e milhares de mulheres anos a fio alimentaram a esperança de dar à luz o descendente prometido no Éden.
Quantas criancinhas do sexo feminino morreram por serem as primogênitas das famílias e não o primogênito da família.
Todas as famílias da terra que se seguiram depois de Adão e Eva alimentavam também a esperança de o primeiro filho ser aquele que seria o descendente prometido no Éden.
Por esta razão um número indefinido de meninas foram vítimas das mãos de seus próprios pais que consideravam uma grande decepção terem como primeiro filho uma do sexo feminino.
Eram muito comuns nos recenseamentos as mulheres dos tempos bíblicos não serem contadas; expressões como estas: sem contar mulheres e crianças revelam a discriminação que existia.
No tempo do Tabernáculo não existia um lugar para as mulheres na adoração, só depois da construção do Templo de Salomão é que criaram o átrio das mulheres.
Apesar de ninguém dispensar uma e muitos terem muitas outras naquela época, as mulheres eram tidas como culpadas diante de Deus por induzir Adão a comer do fruto proibido. (Gn. 3.6).
Deus declarou maldição sobre a serpente e a terra e acrescentou a maldição da dor à mulher durante o parto. (Gn. 3.14-16). E gravidez.
Sabedor que a mulher carregaria para sempre o estigma da culpa Deus, já havia providenciado alguém para alforriá-la da mesma: o descendente que seria a semente unicamente da própria mulher.
Ao tratar da consagração de pessoas aquele que fazia um voto ao Senhor era avaliado pelo sacerdote e o valor de cada indivíduo dependia da idade e do sexo. (Lv. 27.2).
Homens da idade de vinte anos até os sessenta anos que fossem dedicados ao Senhor: cinquenta ciclos de prata, segundo o siclo do santuário. (Lv. 27.3).
Se fosse mulher de vinte até os sessenta, (Lv. 27.4) trinta siclos de prata. Este era o preço de uma mulher.
Se fosse um homem de cinco a vinte anos (Lv. 27.5) vinte siclos e se fosse uma mulher de cinco a vinte anos, dez siclos de prata.
De sessenta anos para cima (Lv. 27.7) um homem 15 ciclos e a mulher dez siclos.
O próprio Deus dava ao sexo feminino um valor diferenciado para menos; apesar de Deus nunca ter declarado a terra maldita por causa da mulher e sim do homem: Adão.
Maldita é a terra por causa de ti. (Gn. 3.17).
Ainda que Adão intentasse transferir responsabilidade, só ele tinha culpa diante de Deus, porque foi a ele a quem o Senhor ordenou (Gn. 2.15-17) não comer do fruto da árvore.
Eva era inocente, Adão não, pois ele conhecia a verdade de Deus sobre o assunto. (II Co. 11.3. II Tm. 2.13,14).
Quando o descendente da mulher, o nascido de mulher veio ao mundo sem a participação genética do homem (Lc. 1.35) também foi vendido por um preço de mulher.
Mt. 26.14
Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes,
Vs.15
E disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata,
Vs.16
E desde então buscava oportunidade para entregá-lo.
Buscava oportunidade para entregá-lo e o entregou; e cumpriu-se o que falou o profeta Jeremias revelado no livro de Zacarias.
Zc. 11.12
Porque eu lhes disse: Se parece bem aos vossos olhos, dai-me o meu salário e, se não, deixai-o. E pesaram o meu salário, trinta moedas de prata.
Vs.13
O Senhor, pois, disse-me: Arroja isso ao oleiro, esse belo preço em que fui avaliado por eles. E tomei as trinta moedas de prata, e as arrojei ao oleiro, na casa do Senhor.
Mt. 27.9
Então se realizou o que vaticinara o profeta Jeremias: Tomaram as trinta moedas de prata, preço do que foi avaliado, que certos filhos de Israel avaliaram,
Por um preço de mulher foi Jesus colocado e morto na cruz.
O estigma da culpa não pode mais atormentar as mulheres, pois graças a Deus foi de uma delas que veio a este mundo o Salvador delas e nosso.
Jesus um homem com preço de mulher as libertou na cruz.
Guganic