ENTRE ADÃO, ABEL E CAIM... DEUS!
Ao examinarmos os relatos bíblicos sobre a criação e o estabelecimento do homem no planeta terra, não encontramos por parte de Deus a imediata preocupação em definir ou estabelecer regras de comportamento para o homem, (Adão) e sua adjutora,(Eva).
Quando do período do “governo da inocência”, a não ser o, “frutificai e multiplicai-vos” Gn.1.28,não havia mandamento exposto.
Mesmo neste período, o da inocência do homem, o não frutificar e o não multiplicar, não implicavam em falta grave ou pecado consumado, pois nada a respeito disto foi comunicado antes ao homem, pelo próprio Deus. (Pelo menos não achei registro bíblico disto).
A respeito da não frutificação ou não multiplicação Deus não fez nenhum comunicado de castigo a ser infligido.
Concernente a alimentação para sua própria subsistência, o homem não foi proibido nem autorizado neste período de alimentar-se até mesmo de outros animais. Apesar de que, a autorização explicita veio mais tarde, já no governo da “responsabilidade humana”.
A declaração aberta de Gn.1.29 e Gn.2.16, que autorizava ao homem alimentar-se dos vegetais, não caracterizava proibição ao homem abster-se também de alimentar-se dos animais ou seres vivos.
Porém subtende-se que até esta época o ser humano era um vegetariano ou herbívoro.
Refazendo o raciocínio: Não foi permitido nem proibido antes, ao homem alimentar-se ou não de outros animais ou seres vivos.
Até os dias de Noé, não identifiquei na minha Bíblia mandamento algum proibindo ou autorizando Adão ou descendentes no “governo da inocência” a alimentar-se de seres vivos.
Porém a Noé, cuidadosamente foi comunicado a ele, a existência ou a classificação de animais impuros. Gn.7.2.
Isto indica que para Deus a classificação de “animais impuros" sempre existiu ou já foram criados classificados assim: puros e impuros. - Porventura, Adão, Abel e Caim sabiam disto?
Só a Noé um pouco antes do dilúvio, é que foi comunicado a existência de tal distinção entre dos mesmos.
Após o dilúvio, no recomeço da humanidade é dado ao homem Noé, a permissão explicita (Gn.9.2,3) de agora, poder alimentar-se de animais viventes, desde que não impuros.
E se Adão ou alguém um pouco antes desta permissão se alimentasse de qualquer ser vivo, mesmo classificado de ‘puro’, seria passível de pena?
E se tal fato ocorresse sendo a fonte de alimento um animal “impuro”, qual deveria ser o castigo?
A Bíblia diz que sem lei (Rm. 7.8.) ou sem mandamento o pecado estava morto.
O mesmo se aplicava a adoração nos dias de Adão Abel e Caim.
Não havia legislação especifica para a fórmula de adoração prestada a Deus.
Sem lei, sem mandamento, sem legislação especifica a infração existe, mais não é passível de punição.
Havendo o mandamento e por falta de conhecimento do mesmo, ele for infligido ou violado (pecado por ignorância) o castigo já se faz necessário, ainda que em menor proporção.
Sem regulamento ou mandamento especifico o pecado também existe, (ainda que morto) mais o castigo não podia ser aplicado.
Quais parâmetros Adão, Abel e Caim possuíam para cultuarem a Deus?Que legislação dada a eles normatizavam a adoração? - A Bíblia não registra.
Quando vejo os eruditos, os teólogos, os cientistas religiosos e leigos também tentando justificar as razões pelas quais Deus se agradou do sacrifício de um (Abel) e não se agradou do sacrifico de outro (Caim), eu me pergunto: o fazem baseados em quê?
Na legislação dos dias de Abel e Caim ou na legislação do livro de Levítico?
Se julgarem as ofertas de Abel e Caim pelo livro de Levítico eles são obrigados a aplicar a lei aos mesmos, retroativamente. E para Deus isto não é justiça.
Abel pastor de ovelhas (Gn. 4.2) trouxe dos primogênitos das suas ovelhas. - Mais nesta época ainda não havia legislação para isto.
Caim trouxe do fruto da terra (Gn. 4.3). - Havia proibição ou permissão para isto? - A Bíblia na registra.
Os iluminados se acham autorizados (não sei por quem) a explicar as razões porque Deus se agradou da oferta de um e de outro não, quando a própria Bíblia não declara nada sobre.
Como pode alguém escrever livros e criar teses a respeito de algo que não passa de conjecturas? Criar teses sobre o que a Bíblia não diz, é um perigo.
Quando a Bíblia não revela as razões? As teses não edificam.
Creio eu que se agradar da oferta de Abel e não se agradar da oferta de Caim foi e é problema exclusivamente de Deus.
Deus se agrada de quem quer se agradar e tem misericórdia de quem quer ter e pronto.
Não cabe a mim buscar explicações para isto. A mim não cabe especular as decisões divinas nem no passado nem no presente e futuro.
Não havia para Adão, Abel e Caim e o povo desta época, mandamentos específicos sobre ofertas, cultos e adorações e comportamentos definidos a respeito.
Caim não conhecia o mandamento definido: Não matarás. Caim nem mesmo foi avisado da lei (Gn. 9.6) do “Sangue, por sangue” que foi comunicada a Noé.
Caim matou sim, mas o fez antes da regulamentação de tal ordenança.
Caim foi antes da norma estabelecida e instituída por Deus sobre o assassinato de seres humanos.
Punição para assassinato ou homicídio nos dias de Caim Adão e Abel, não era cabível de punição por falta de uma legislação explicita.
Segundo Deus pinicão só depois do aviso dado ou da norma estabelecida.
Daí Deus não ter punido Caim com a própria morte. A lei do “Olho por olho” ainda não estava em vigor.
O autor do primeiro homicídio tinha que ser protegido da morte e não sofrê-la como punição.
O sinal em Caim era literal: e pôs o Senhor (Gn. 4.15) e colocou o Senhor um sinal em Caim e não sobre, Caim.
O sinal não só era para livrá-lo da morte como para evitar que a título de vingança ele fosse ferido por alguém.
De repente no cenário do capitulo quatro do livro do Gênesis, que trata em parte da vida de Caim, surge a figura de Lameque.
Lameque e seu “dito” á suas mulheres, Ada e Zila leva muita gente a declarar a morte de Caim.
Se alguém prestar bem atenção vai perceber que Lameque não confessa ter matado Caim e sim: Matou um varão (Gn. 4.23) e um mancebo.
Já os que se sentem mais iluminados, e por conta de Gn.4.24, afirma que um dos assassinados por Lameque é Caim.
A proteção (o sinal) que Caim recebeu de Deus com a promessa de que ele (Caim) seria vingado sete vezes caso alguém o matasse ou o ferisse, só se aplicava a ele, Caim.
Pois Lameque temendo ser vingado de um dos assassinatos praticado por ele mesmo, pronunciou para si mesmo o que Deus declarou somente para Caim.
Lameque matou sim, duas pessoas mais não diz ter sido Caim , uma delas.
O que Lameque fez é o que algumas pessoas fazem: Festa com rojão alheio.
Quanto ao sinal posto por Deus em Caim, também não cabe teses especulativas de quem quer que seja.
Deus não precisava colocar um sinal em Caim só para não perdê-lo de vista; pois se assim fosse, Sua divindade desceria pelo ralo da descrença.
Ainda hoje Deus não precisa colocar um sinal em alguém só para não perdê-lo de vista na multidão.
O sinal era literal e certamente físico e que devia saltar á vista de quem o visse ou o encontrasse.
Sinal que deveria saltar á vista como lembrete que o homem era protegido de Deus.
Se o sinal divino não fosse sinônimo de segurança pessoal Deus não o protegeria.
Porque razão pois, Lameque tiraria a vida de Caim? Passando por cima de Deus na vida de Caim?
O sinal era físico mais a força era divina; na linguagem popular: Caim tinha o corpo fechado por Deus até para evitar ferimentos.
Esta é a minha visão e todos têm o direto de concordar ou não.
Guganic