JEITO DE FALAR E MODO DE AGIR (IV)
Os senhores do saber
I Co 8.2
E se alguém cuida saber alguma coisa, ainda não sabe como convém saber.
Vs.11
E assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu.
Vs.12
E deste modo pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais.
Os três versículos aqui escolhidos por mim para falarmos sobre “os senhores do saber” fazem parte da mensagem de Paulo dirigida a duas classes de religiosos judeus: os caraítas e os tradicionalistas judeus, pertencentes à Igreja de Corinto.
A minha idéia não é tratar ou entrar aqui, no mérito da mensagem do tema que Paulo tratou com eles (I Co.8.) que trata da liberdade cristã e dos efeitos do conhecimento e do amor.
Ainda que: os efeitos do conhecimento e do amor se apliquem também ao que estamos ministrando aqui na nossa ESCOLA BÍBLICA, esta semana.
Segundo a Bíblia, o meu saber ou o meu conhecimento, não pode fazer o meu irmão perecer.
A pessoa que diz saber ou conhecer e age de modo imprudente e arrogante não sabe nada do que deveria saber.
Se alguém com o seu conhecimento ou saber, atormenta a consciência fraca e frágil do seu próximo com sua comida ou usos ou costumes, não amam a Deus e nem ao próximo.
Os judeus caraítas e os tradicionalistas geravam controvérsias na Igreja primitiva. E os gentios novos na fé se confundiam.
Tem gente que sabe tudo; sabe como fazer e sabe como ensinar; mas só sabe aplicar tudo que sabe á vida alheia. – Isto é jeito de falar e modo de agir.
É o mesmo que: Não vive o que prega e não pode pregar o que vive.
Deus gentilmente nos fez seres inteligentes e o desenvolvimento desta inteligência é responsabilidade nossa.
Com a participação ativa de nossos pais nos primeiros passos de nossas existências, damos partida para uma vida que nos espera.
Chegamos a determinado ponto de nossas existências em que a continuidade do desenvolvimento desta “nossa inteligência” passa a ser responsabilidade só nossa; individualmente falando.
É por esta razão que uns sabem mais que outros e em cada esfera da atividade humana, isto sempre acontece.
Em se tratando das coisas de Deus e especialmente das coisas espirituais, não é só o conhecimento secular que precisamos.
Mas precisamos do conhecimento secular para servir de ponte e ponto de partida para as coisas espirituais.
Partindo do principio que além da capacidade individual que cada um possui (e que nem todos têm a mesma); alguém pode ainda, independente da inteligência que possui ter também uma revelação especial de Deus ou a respeito de: Suas obras, Sua Palavra e suas doutrinas.
Se eu tenho uma percepção ou uma interpretação ou uma visão mais apurada das coisas de Deus, ainda assim, não posso jamais exigir ou forçar que todos andem pela minha cartilha ou que só possam enxergar pelos meus olhos.
Pois todos nós somos senhores do saber.
Aquilo que me foi revelado espiritualmente e percebido por mim através da minha inteligência natural não pode de jeito nenhum servir de pretexto para que eu imponha a outros senão dita peremptoriamente pela Palavra de Deus.
É a partir daqui que entram as divergências doutrinarias e denominacionais.
Geralmente por conta do cargo ou até da chamada ministerial alguns apóstolos, pastores, evangelistas, presbíteros, mestres e até evangélicos em geral a guisa de ter profundo conhecimento...
Às vezes querem impor ou sobrepor suas idéias e interpretações ou forçar outrem a aceitar como se tal atitude ou interpretação fosse à palavra final. Por isto se fundam igrejas e denominações.
Não posso concordar que nenhum conhecimento secular ainda que necessário possa sobrepujar a fé que alguém possui na palavra de Deus e entende como ela é e não como alguém quer que seja entendida.
Pois todos nós somos senhores do saber.
Ufa! Organiza os neurônios! Que esta mensagem é um tanto complexa para alguns e bem clara até, para outros.
O apóstolo Paulo tratou muito bem disto neste capítulo oito de primeira Coríntios; leia com atenção e procure entender.
Os animais separados para o sacrifício aos ídolos e vendidos no mercado recebiam um selo em alguma parte do corpo; os caraítas os procuravam avidamente.
O judeu tradicional não vendo o selo no corpo do referido animal não os procurava e comprava aquela carne e tudo bem.
Por outro lado os gentios novos convertidos pela familiaridade com os ídolos se escandalizavam se alguém as comia.
Os tradicionalistas que comiam sabiam que os ídolos em si não são nada.
Mas com tal atitude por serem senhores do saber, golpeavam a fé dos novos convertidos gentios.
Muitas vezes por sermos senhores do saber e termos nossas próprias interpretações golpeamos a fé de alguém.
É por isto que o apostolo começa o capitulo oito declarando que a ciência (o saber) incha; mas o amor edifica.
O amor não tem a qualidade de inchar ou destruir como tem o saber ou a ciência ou o conhecimento.
O amor só pode ser construtivo, uma que vez o amor é de Deus.
Sem o amor (I Co. 13.1) somos como o metal que soa ou como o sino que tine.
Somos os senhores do saber e devemos saber que sem o amor de Deus e só com o saber, não dá.
I Co. 8.9
Vede porem que esta vossa liberdade não venha de algum modo a ser tropeço para os fracos.
O meu conhecimento a minha liberdade na deve ser a ferramenta de destruição da fé do meu irmão.
O saber nos dá liberdade de poder escolher; e a melhor escolha é escolher o amor; pois somos os senhores do saber.
Na próxoma lição (n°5) trataremos: Diante de Deus e dos homens.
Que o Senhor resplandeça sua luz sobre nós.
Guganic
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