Caçadores de Gloria e Honra (Is.42.28.)

Is. 42.8
Eu sou o Senhor, este é meu nome; a minha glória, pois, não darei a outrem, nem a minha honra às imagens de escultura.

Glória é posse do Senhor; ela é intransferível e indivisível.

Mas estamos vivendo numa época aterradora onde o que mais se ver são pessoas buscando para si a glória que é devida a Deus.

A glória de Deus e a Sua honra são inegociáveis.

É bem verdade que há o homem honrado pelo povo, o homem honrado pelo rei e o homem honrado pelo próprio Deus.

Deus não concede Sua honra a nenhuma imagem de escultura. Mas concede honra a alguns homens.

Vou repetir: Deus concede honra a algumas pessoas, mas não negocia honra com tais pessoas e lhe dá o direito de exigir também a sua glória.

A gora, aos ídolos, mesmo sendo eles de carne e osso, é vedada toda e qualquer honra ou glória da parte de Deus.

A Bíblia esta recheada de exemplos de pessoas que buscaram para si a glória que era e é exclusivamente de Deus... Portanto não é nenhuma novidade que o mesmo aconteça em nossos dias.

Quando Moisés falou à rocha obedecendo à vontade de Deus, (Nm. 20.9-12) não cometeu nenhum pecado.

Quando, porém ele disse: “porventura, tiraremos água desta rocha” e a feriu duas vezes (vs.10,11) o povo olhou para Moisés e Arão como a fonte da provisão e não Jeová.

Moisés feriu quando devia falar à rocha em nome do Senhor.
Isto foi i suficiente para Moisés e Arão perder a bênção de Deus: entrar na terra prometida.

Ao homem que gastou mais de 120 anos trabalhando para libertar o povo da escravidão e traze-los à terra prometida, no último momento de sua vida foi impedido de ver seu trabalho cumprido.

Este fato é narrado por Moisés, inúmeras vezes, como uma das mais lamentáveis coisas que aconteceu com ele. - Pense nisto!

Creio que Moises não agiu assim propositadamente, mas no calor do afã de acalmar a turba, falou impensadamente.

E os que agem assim deliberadamente?
Os que dizem: eu profetizo! O que Deus não mandou profetizar.

Eu ordeno! O que Deus não mandou ordenar. Ou: Eu afirmo! O que Deus não mandou afirmar?

E aqueles que querem a Igreja, o povo ou até o “ministério” lhes fazendo paparicos, pois se intitulam “verdadeiro homem de Deus?”.

Ou aqueles que têm a chave do milagre: a fajuta: oração forte.

E se acham no direito de serem “honrados, respeitados e até glorificados” bem acima do que pode ser concedido a um reles mortal?

Se Moisés e Arão sofreram a punição de não entrar na terra prometida quem garante que não acontecerá o mesmo com os caçadores de glória e honra da atualidade.

A “glória do íntimo” é o alimento do “EU”.

Certa ocasião um presbítero muito conceituado chegou a um culto festivo quase na hora da bênção apostólica.
Sentou-se no último banco e foi saudado apenas com um aceno de mão pelo pregador da noite.

Ao termino daquele culto veio me cumprimentar muito furioso e escumando pelos cantos da boca, disse-me: o irmão não me honrou! Não me apresentou! Não conhece o meu currículo no ministério? Onde fica a minha honra perante o povo?

Respondi a ele educadamente com uma história bíblica: Meu irmão a Bíblia diz que Naamã (II Rs. 5.1) era um grande homem, de muito conceito perante o seu senhor, usado por Deus para dar vitória à Síria... Mas era um homem doente: leproso!

Eu não sei se ele entendeu que estava doente na fé... Só sei que virou meu inimigo. Com certeza não mergulhou no Jordão da humildade.

Tratar com caçadores de glória e honra não é fácil!

Os tais são melindrosos, cheios de rompantes de genialidade, por qualquer coisa se ofendem e se amuam, empacam, quando não resolvem agredir.

Disse o Senhor a Gideão,
Jz. 7:2
É demais o povo que está contigo, para eu dar os midianitas em suas mãos; a fim de que Israel se não glorie contra mim, dizendo: A minha própria mão (o “Eu”, de cada um deles) me livrou.

Era o que o Senhor estava querendo evitar entre o povo israelita e Gideão: a autoglorificação.

Está escrito na minha Bíblia: Aquele que se gloria, (I Co. 1.31) glorie-se no Senhor.

Saul começou bem e terminou mal, por quê? Porque não entendeu o seu lugar.
Começou humilde escondendo-se na bagagem entre o povo (I Sm. 10.22).

Terminou mal quando achou que poderia arrebanhar o povo para si (I Sm. 13.11,12) oferecendo holocaustos que não lhes era permitido oferecer, ainda que forçado pelas circunstâncias como ele mesmo declarou.

Para piorar ainda mais a situação e arruinar de vez a sua própria vida (I Sm. 15.12) após vencer os amalequitas chegou ao Carmelo e levantou para si um monumento.

Os caçadores de glória e honra gostam de levantar monumentos; por onde passam eles não perdem ocasiões.

Em Quantas placas de bronze tenho lido por alguns lugares que tenho passado: Obra realizada na gestão do pastor Fulano de tal e uma enxurrada de nomes de pessoas que às vezes nem contribuíram em nada.

Vocês já perceberam quantas igrejas abarrotadas de “obreiros” sentados nos púlpitos bocejando o tempo todo? Dá uma olhadinha na suntuosidade do templo.

É verdadeiro monumento; alguns até são “tombados pelo patrimônio histórico”.

Enquanto isto pelo interior do Brasil os pequenos templos sentem a necessidade de obreiros valorosos às vezes até analfabetos, mas que poderiam estar alimentando almas com a palavra que salva.

Mas eles preferem estar em volta de Saul, um caçador de glória e honra.

Assim como o povo olhou para Moisés e Arão como a fonte da provisão e não Jeová.

Assim muitos ainda hoje olham para certos pregadores como a fonte da provisão da palavra.

Em vez de o ouvinte ser levado à Cristo atraído pela palavra? Ele é atraído pelo pregador e levado pela palavra do pregador e não a palavra de Cristo a Toda Poderosa Palavra de Deus.

Preste atenção! Se você for atraído à igreja pelo nome, conceito ou fama do pregador? Certamente este pregador é um caçador de glória e honra e você é a pessoa certa para honrá-lo.

Ele é o homem honrado pelo povo.

Você sabe que tem pessoas que deixa sua congregação e viaja quilômetros para ouvir e ver o pastor, ou o evangelista ou o missionário: BAM-BAM-BAM pregar; não sabe?

E nada supera o brilho dos olhos de um caçador de glória e honra do que um templo, um ginásio ou um salão cheio de pessoas que foram ali para ouvi-lo, mesmo que ele naquele momento só fale abobrinhas. (Afinal ele é humano e tem direito também; não é verdade?). E você certamente o aplaudirá de pés.

Para encerrar: Certo humorista da televisão brasileira de repente aceitou Jesus (pelo menos é o que foi anunciado).

Uma semana depois já era “pastor” e agora, a única pessoa que sabia pregar e “ganhar almas” no Brasil? Era: ELE!

Veio aqui na cidade pregar num determinado culto no maior clube da cidade.
A entrada no culto era franca... Desde que você levasse um quilo de alimento não perecível.

Antes do referido ex-humorista e agora iluminadíssimo pregador e Jesus chegasse ao referido local...

Uma carreata regada a fogos de artifícios anunciava cidade afora que o BAM-BAM-BAM do evangelho chegou em carro aberto.

Fui lá para conferir de perto os poderes agora sobrenaturais do ex-humorista e percebi que ele continuava humorista; a diferença agora é que o púlpito é que era o palco e as piadas maravilhosas eram evangélicas.

Sabe onde ele está agora? No mesmo lugar de onde veio e nunca deveria ter saído: Plim-Plim!

Fico por aqui porque sei que nada vai mudar na vida dos caçadores de glória e honra.

Pois os mesmos são auto-suficientes. Dependem mais da fama e do dinheiro que ela gera do que do próprio Cristo.

Ser chamado por Deus para fazer a obra de Deus é uma honra, é uma glória, é um privilégio.

Isto é ser honrado por Deus, glorificado por Deus. Mas tem gente que acha que isto é pouco.

Saul de carregador de bagagens foi elevado a rei e ainda queria fazer o que era direito de Samuel fazer.

Os caçadores de glória e honra não medem esforços para fazer o que não lhes competem fazer e por esta razão eles ferem a Rocha e ferem a Palavra, uma, duas... Mil vezes até.

Que o Senhor tenha misericórdia dos.

Os caçadores de glória e fama gostam de dá autógrafos e ter seus nomes vinculados à mídia; em faixas e cartazes querem seus nomes em destaque de preferência usando um brinquinho. É mole?

Pregadores como Elias, Jeremias, João Batista e outros certamente não dariam ibope nos dias de hoje.

Eles não possuíam a índole (ou o vírus) dos caçadores de glória e honra perante os homens.

Que Deus que nos proteja.

Guganic