"Por causa do ensino da “prosperidade” – como é apresentado pelos pastores que seguem essa linha teológica – muitas pessoas desinformadas (ou maliciosas) e a mídia acabam julgando mal todas as igrejas protestantes sérias. Já ouvi dizerem: “todos os religiosos são farinha do mesmo saco”. Já que os teólogos da prosperidade distorcem o conceito do dízimo – pensam os menos esclarecidos – que “os pastores são todos iguais”.
Isso não deveria ser assim, ainda mais nessa era pós-moderna em que temos acesso com facilidade à boa (e má, infelizmente) informação. Antes de um agnóstico, ateu ou outra pessoa que não seja simpatizante da religião julgue o sistema de dízimos como “exploração do povo”, deveria conhecer o posicionamento bíblico e protestante sobre o assunto
Uma compreensão errada de Malaquias 3:10
A ideia de que o salvo em Cristo deve obrigatoriamente “ter bastante dinheiro” é baseada no entendimento equivocado do verso a seguir:
“trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem medida”.
O princípio ensinado pela teologia da prosperidade é o seguinte: quando o cristão dizima ou dá ofertas, Deus fica – diríamos assim – na obrigação de abençoar o dizimista e ofertante.
Vamos entender corretamente o verso supracitado.
O conteúdo do livro de Malaquias nos mostra que maldições vinham sobre o povo de Israel não apenas por eles roubarem a Deus nos dízimos e nas ofertas, mas também porque ELES SE DESVIARAM DE OUTROS MANDAMENTOS DE DEUS. Isso é claro em Malaquias 3:7:
“desde os dias de vossos pais, vos desviastes dos meus estatutos e não os guardastes; tornai-vos para mim, e eu me tornarei para vós outros, diz o Senhor dos Exércitos; mas vós dizeis: em que havemos de tornar?”.
Confira também Malaquias 1:6 até 3:5.
Sendo que o problema espiritual do povo era bem maior (envolvia outras áreas da vida e não só a financeira), é lógico que apenas restituir os dízimos e as ofertas não resolveria as coisas. Era preciso haver uma reforma total na vida e na conduta de todos os que diziam seguir a Deus. Deveriam abandonar o pecado e ser fiéis ao Senhor na observância de todos os demais mandamentos (inclusive do quarto, que ordena a santificação do Sábado – Êxodo 20:8-11).
Esse contexto de Malaquias 3:10 não é ensinado pelos teólogos da prosperidade. Eles não mostram às pessoas que, além de dizimar e ofertar, é preciso haver uma reforma na vida do crente.
Uma conversão verdadeira, que faz com que tenhamos prazer em seguir a Cristo independente do que temos ou deixamos de ter, não ocorre nos cultos de prosperidade (na grande maioria das vezes, pois, há pessoas sinceras em tais reuniões que buscam a Jesus de coração). A mente das pessoas é direcionada para o materialismo e não para o maior de todos os milagres: um coração transformado pela graça (João 3).
" Trecho do texto "A teologia da prosperidade não traz felicidade –
Parte 1" (Exibido 19/08/2009 no Blog Na Mira da Verdadehttp://novotempo.com/namiradaverdade/ )