PERFEITOS IMPERFEITOS
Mt. 5.48.
Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
No sermão do monte Jesus proferiu esta palavra aos seus: sede perfeitos, como perfeito é o vosso Pai que está nos céus.
Estaria Jesus nos ordenando a ser o que é aos seres desta nossa dimensão, humanamente impossível de ser? Perfeito?
Há uma declaração bíblica que me é um tanto intrigante:
Que é o homem para que seja puro (perfeito diante de Deus). Eis que Ele (Deus) não confia nos seus santos (anjos) e nem os céus (Jó.15.14,15) são puros aos Seus olhos.
Creio que Jesus usou esta frase “sede vós perfeitos” apenas para criar no ser humano que o aceita, uma meta a ser perseguida, como uma mola propulsora para nos levar a algo melhor.
Porque pessoas sem metas na vida, sem ter sonhos a realizar, sonhos para trabalhar por eles tornam-se improdutivas e quase sempre sem uma forte motivação para viver.
No livro do profeta Ezequiel identificamos uma lamentação sobre o rei de Tiro (Ez. 28.) que é na verdade uma personificação do querubim ungido e estabelecido no Monte Santo de Deus.
Está escrito que este ser era mais sábio que Daniel, perfeito em formosura, (Ez. 28.4,13 15) perfeito no caminho em que andava até que se achou iniquidade nele.
Logo, fica implícito que a imperfeição é fruto da iniquidade de quem as pratica; não importando a qual dimensão ele pertença.
Jó. 15.14Que é o homem, para que seja puro? E o que nasce da mulher, para ser justo?
Vs.15Eis que ele não confia nos seus santos, e nem os céus são puros aos seus olhos.
Vs.16
Quanto mais abominável e corrupto é o homem que bebe a iniquidade como a água?
Olhando por este ângulo, ou encarando as palavras de Jesus sob este novo ponto de vista, podemos entender que ser perfeito como o “vosso Pai que está nos céus” é não ser iníquo.
É não se alimentar, saciar ou andar nos caminhos da iniquidade como a figura do rei de Tiro. (Ez. 28.).
Está escrito que Cristo deu uns para apóstolos (Ef. 4.11,12) outros para profetas, outros para evangelistas, outros para pastores e mestres querendo o aperfeiçoamento dos santos.
A edificação do corpo de Cristo depende de pessoas perfeitas, pois o corpo de Cristo é constituído dos santos perfeitos e dos que estão sendo aperfeiçoados.
Na oração sacerdotal (Jo. 17.23) Jesus orou assim: Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade...
Perfeitos em Cristo, e nunca em nós mesmos.
Ef. 4.12
Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;
Vs.13
Até que todos cheguem à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.
A unidade da fé e o conhecimento do Filho de Deus é a medida completa de Cristo o homem perfeito.
Se alguém quer ser perfeito precisa chegar à unidade da fé que é Cristo e ao conhecimento do Filho de Deus que é o mesmo Cristo o Homem Perfeito.
Algumas pessoas se reconhecem, ou se intitulam ou até mesmo são reconhecidas como “perfeccionistas”; ser perfeccionista não é ser perfeito. - Pelo menos segundo a Bíblia -.
Está escrito (Tg. 3.2) que todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavras o tal é perfeito.
Nós, seres humanos, somos perfeitamente imperfeitos; a perfeição que podemos alcançar nunca será o fruto de nosso intelecto racional e sim da busca constante da Pessoa de Cristo.
Busca constante da Pessoa de Cristo e vivência Nele, conforme a Sua palavra exige.
Aqueles que se acham perfeitos são mais imperfeitos do que aqueles que se acham imperfeitos.
Na parábola do fariseu e do publicano (Lc. 18.9-14) temos o exemplo disto.
O fariseu se achando perfeito consigo mesmo, ou melhor, todo cheio de si mesmo, orava a Deus confessando não ser como os demais homens: roubadores injustos e adúlteros.
O fariseu achava-se perfeito diante de Deus. Já o publicano que pela profissão que tinha era tido e havido como ladrão de impostos orava diferente.
Está escrito (Lc.18.13) que nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Tem misericórdia de mim ó Deus que sou pecador.
Está escrito (Lc.18.14) que o publicano desceu justificado para sua casa; foi alcançado pela doutrina da justificação.
Este é o primeiro passo para alcançarmos a perfeição.
Reconhecer que todos nós tropeçamos, que todos nós somos propensos a errar e que todos pecamos; e sem nenhum espírito de altivez bater no peito dizendo: ó Deus tem misericórdia de mim.
O publicano assim como o fariseu eram iguais diante de Deus nos seus delitos e pecados; mas a atitude do publicano o tornou perfeito diante de Deus.
Pois segundo a doutrina da justificação (Rm.5.1), justificados pela fé temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.
Justificado é ser declarado perdoado ainda que antes sempre culpado, agora declarado justo na Pessoa de Cristo.
Ser perfeito segundo Cristo é ser justificado por ele, posicionado Nele, reconciliados com Deus (Rm.5.10) por causa da Sua morte.
Mt. 5.48
Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.
Guganic