DE CEGO A ADORADOR
Jo. 9.1-18.
Vs.5
Durante o tempo em que eu estiver no mundo, sou a luz do mundo.
Vs.6
Então, tendo dito estas palavras, cuspiu no chão e fez barro (lodo) com saliva; em seguida ungiu os olhos do cego com aquela mistura.
Vs.7
E ordenou ao homem: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa: enviado). O cego foi, lavou-se e voltou vendo.
Jesus ia passando (1) e viu um homem cego de nascença; nasceu cego, cresceu cego e provavelmente ia também morrer cego, caso não tivesse sido encontrado por Jesus.
Por não saber ler, também não saber poder escrever, certamente não tinha nenhuma utilidade para a comunidade judaica da época.
Nos dias de Jesus os cegos não tinham valor algum e nascer cego era ser declarado culpado de algum pecado, pois alguns judeus acreditavam em pecados pré-existentes.
Alguns acreditavam na teoria que almas piedosas reencarnavam como um tipo de recompensa e não de punição como era o caso do cego de nascença, (imaginavam eles).
Daí a pergunta dos discípulos? Quem pecou?(2) este ou os seus pais para que nascesse cego?
- Até hoje tem gente que acha (Hb. 9.27) que há reencarnações.
Os hindus, por exemplo, que creem nesta possibilidade, associa os pecados da vida anterior com as aflições da vida presente.
Os discípulos associaram o homem cego a esta condição: pecado pré-existente ou dele mesmo ou dos pais.
Havia controvérsias (naquela época) entre os partidários da reencarnação se a punição era pelo pecado dos próprios pais ou do próprio feto ainda em formação. (Absurda teoria).
Mais Jesus desfez as aberrações religiosas do errôneo conceito das reencarnações e dos pecados pré-existentes: Nem ele pecou (2) nem seus pais.
No caso deste cego a manifestação das obras de Deus, não era a cegueira que era uma obra de Deus e sim o cego em si que até aquele encontro só manifestava sofrimentos e decepções.
Atualmente os deficientes visuais podem aprender, e lêem e escrevem, pois há o sistema Braille; naquela época nem o Braille era nascido que dirá o sistema.
Falando em “sistema” já perceberam que o dito cujo está por trás de tudo ou em tudo? Caiu o “sistema” a sociedade entra em parafusos; queda livre.
No tempo de Jesus os cegos não tinham valor algum. E nascendo cego, eram logo apontados como sendo castigados por pecados.
Tem gente que diz que “esta enfermidade é para glória de Deus”.
Nada disto; para glória de Deus é a cura do enfermo e o próprio enfermo depois de curado.
O coitado até ao seu encontro com a Pessoa de Jesus passou sua vida na mais densa escuridão, era esta sua realidade.
Sozinho em sua densa escuridão, ele dependia desesperadamente da caridade e compaixão de quem por ele passasse.
E ainda hoje é assim sempre há alguém em densas trevas na multidão dos seus pecados.
Ainda hoje transitamos em meio a grandes multidões que vão de um lado para outro sem nos importarmos com a vida de quem quer que seja. Seja cego ou aleijado necessitado ou não.
Nestas nossas idas e vindas entre as multidões também nos sentimos um tanto sozinhos se não tivermos e logo um encontro com a Pessoa de Cristo Jesus.
Pois na multidão é cada um por si; as pessoas se si importam no máximo é com seus familiares ou amigos; o restante é apenas a multidão.
Ainda bem que Jesus não vê multidões, ele vê pessoas, indivíduos e o faz com seu olhar de compaixão foi assim com a mulher do fluxo de sangue. (Lc. 8.43,44).
Quando julgamos alguém pelos nossos conceitos e preconceitos, nos tornamos implacáveis e passamos a tratar com indiferença o objeto da nossa depreciação: nosso semelhante.
Quando agimos assim não enxergamos pessoas, não vemos seres humanos; só vemos multidões de gente indiferentes uma para com as outras.
Jesus parou para falar com o cego porque ele se importa com cada ser humano seja ele deficiente ou eficiente. Com lodo Jesus untou (6) os olhos do cego.
Aquele que até aquela data teve sua vida recheada de infortúnios e permeada de frustrações, vivendo quase sem nenhum sentido a não ser esmolar ia virar um ponto e convergência na cidade.
Ia agora começar a brilhar manifestando a todos a obra de Deus realizada na sua vida.Todos queriam saber (10) como o milagre aconteceu.
O desconhecido de antes o anônimo de ontem virou o pregador anunciador de boas novas.
Apregoava ele em alto e bom tom: o Homem chamado Jesus me curou. (vs.11). Ele agora podia cantar: que prazer é viver para sempre na luz.
Podia cantar assim, pois ele era cego e não surdo e ouviu quando Jesus declarou aos discípulos: enquanto estou no mundo (5), sou a luz do mundo.
A visão deste homem se abriu de tal forma que, diferentemente dos seus pais, ele não temeu ao ser interrogado pelos fariseus. Ele fez uma declaração que mostrou que a sua cura total, era incontestável.
Foi curado na alma, no espírito na mente e no corpo e de longe Jesus observava o objeto da Sua compaixão: o homem que curara.
E quando Jesus soube que ele foi expulso do templo (35) Jesus o perguntou: Crês tu no Filho de Deus? – Como não crê no filho de Deus?-
O ex-cego não queria somente crer porque ele creu pelo ouvir.
Agora ele queria conhecer quem era Jesus e o conheceu: é aquele que fala contigo.
E ele disse creio Senhor. (38) e o adorou.
Os judeus continuaram cegos com as mentes sujas pelo lodo da incredulidade como muitos hoje ainda estão espiritualmente.
Mas este moço foi tirado do reino das trevas para a maravilhosa Luz do Evangelho da Graça de Deus em Cristo Jesus.
De cego ele passou a ser um adorador, pois sua história termina assim: e o adorou.
E só adora quem é verdadeiro adorador porque o faz em Espírito (no Espírito Santo) e em Verdade (em Cristo).
Guganic