O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
Após estudarmos a operação da Pessoa do Espírito Santo, no Velho Testamento, passaremos a ver a Sua atuação, também, no Novo Testamento!
Com exceção da Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do N.T. contêm referências à Pessoa e obra do Espírito Santo. Onde podemos ler sobre a ação d’Ele na vida de Cristo, dos pecadores e, principalmente, dos servos de Deus.
Por se tratar do Filho de Deus e ser o Ser principal do Novo Testamento, vou me ater e destacar mais, as atuações do Espírito Santo na vida de Jesus Cristo !!!
JESUS E O ESPÍRITO SANTO
“Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àquele que lho pedirem?”
Lc 11:13
Jesus tinha um relacionamento especial com o Espírito Santo, relacionamento este importante para nossa vida pessoal.
Vejamos as lições práticas desse relacionamento:
a) No Seu nascimento.
O Espírito Santo é descrito como o Agente Miraculoso na concepção de Jesus (Mt 1.20; Lc 1:35).
Tanto Mateus quanto Lucas, declaram de modo específico e inequívoco que Jesus veio a este mundo como resultado de um ato milagroso de DEUS. Foi concebido mediante o Espírito Santo e nasceu de uma virgem, Maria (Mt 1.18,23; Lc 1.27).
Devido à sua concepção milagrosa, Jesus era um “santo” (1.35), livre de toda mácula do pecado. Por isto, Ele era digno de carregar sobre si a culpa dos nossos pecados e expiá-los (ver Mt 1.23). Sem um Salvador perfeito e sem pecado, não poderíamos jamais obter a redenção.
b) No Seu batismo.
Por ocasião do batismo, o Espírito Santo desceu sobre Ele numa forma corpórea de uma pomba (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33).
Quando Jesus foi batizado por João Batista, Ele, que posteriormente batizaria seus discípulos no Espírito, no Pentecoste e durante toda a era da igreja (ver Lc 3.16; At 1.4,5; 2.33,38,39), Ele mesmo pessoalmente foi ungido pelo Espírito (Mt 3.16,17; Lc 3.21,22). O Espírito veio sobre Ele em forma de uma pomba, dotando-o de grande poder para levar a efeito o seu ministério, inclusive a obra da redenção.
Todos os que experimentarem o sobrenatural renascimento espiritual pelo Espírito Santo, devem, como Jesus, experimentar o batismo no Espírito Santo, para lhes dar poder na sua vida e no seu trabalho (ver At 1.8).
c) No Seu ministério.
O ministério de Jesus foi marcado pela presença do Espírito Santo (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38).
Quando Jesus fez referência ao cumprimento da profecia de Isaías acerca do poder do Espírito Santo sobre Ele, usou também a mesma passagem para sintetizar o conteúdo do seu ministério, a saber: pregação, cura e libertação (Is 61.1,2; Lc 4.16-19).
O Espírito Santo ungiu Jesus e o capacitou para a sua missão. Jesus era DEUS (Jo 1.1), mas Ele também era homem (1Tm 2.5). Como ser humano, Ele dependia da ajuda e do poder do Espírito Santo para cumprir as suas responsabilidades diante de Deus (cf. Mt 12.28; LC 4.1,14; Rm 8.11; Hb 9.14).
Somente como homem ungido pelo Espírito, Jesus podia viver, servir e proclamar o evangelho (At 10.38). Nisto, Ele é um exemplo perfeito para o cristão; cada crente deve receber a plenitude do Espírito Santo (ver At 1.8; 2.4).
d) Na Sua morte.
Nesse momento tão crucial, o Espírito de Deus não poderia estar ausente.
“Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? “
Hebreus 9:14
e) Na Sua ressurreição.
O Espírito Santo foi o agente vivificante na ressurreição de Cristo (Rm 1:4; 8:11).
Mediante o poder do Espírito Santo, Jesus ressuscitou dentre os mortos e, assim, foi vindicado como o verdadeiro Messias e Filho de Deus. Em Rm 1.3,4 lemos que, segundo o Espírito de santificação, Cristo Jesus foi declarado Filho de Deus, com poder, e em Rm 8.11 que “o Espírito… ressuscitou dos mortos a Jesus”.
Assim como Jesus dependia do Espírito Santo para sua ressurreição dentre os mortos, assim também os crentes dependem do Espírito para a vida espiritual agora, e para a ressurreição corporal no porvir (Rm 8.10,11).
f) Na ascensão ao céu.
Depois da sua ressurreição, Jesus subiu ao céu e assentou-se à destra do Pai como seu co-regente (24.51; Mc 16.19; Ef 1.20-22; 4.8-10; 1Pe 3.21,22).
Nessa posição exaltada, Ele, da parte do Pai, derramou o Espírito Santo sobre o seu povo no Pentecoste (At 2.33; Jo 16.7-14), proclamando, assim, o seu senhorio como rei, sacerdote e profeta. Esse derramamento do Espírito Santo no Pentecoste e no decurso desta era presente dá testemunho da contínua presença e autoridade do Salvador exaltado.
Outros importantes episódios bíblicos que envolvem a Pessoa de Jesus Cristo com a Pessoa do Espírito Santo :
1) Na tentação de Jesus
Imediatamente após o batismo, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, onde foi tentado pelo diabo durante quarenta dias (4.1,2). Foi pelo fato de estar cheio do Espírito Santo que Jesus conseguiu resistir firmemente a Satanás e vencer as tentações que lhe foram apresentadas. Da mesma maneira, a intenção de Deus é que nunca enfrentemos as forças espirituais do mal e do pecado sem o poder do Espírito. Precisamos estar equipados com a sua plenitude e obedecer-lhe a fim de sermos vitoriosos contra Satanás. Um filho de Deus propriamente dito deve estar cheio do Espírito Santo e viver pelo seu poder.
2) Na promessa de Jesus quanto ao Espírito Santo
João Batista profetizara que Jesus batizaria seus seguidores no Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16, ver Jo 1.33), profecia esta que o próprio JESUS reiterou (At 1.5; 11.16). Em 11.13, Jesus prometeu que daria o Espírito Santo a todos quantos lhe pedissem. Todos estes versículos acima referem-se à plenitude do Espírito, que Cristo promete conceder àqueles que já são filhos do Pai celestial - promessa esta que foi inicialmente cumprida no Pentecoste (ver At 2.4) e permanece para todos que são seus discípulos e que pedem o batismo no Espírito Santo (ver At 1.8; 2.4).
3) Na revelação do Espírito Santo
Como uma das suas missões atuais, o Espírito Santo toma aquilo que é de Cristo e o revela aos crentes (Jo 16.14,15). Isto quer dizer que os benefícios redentores da salvação em Cristo nos são mediados pelo Espírito Santo (cf. Rm 8.14-16; Gl 4.6). O mais importante é que Jesus está bem perto de nós (Jo 14.18). O Espírito nos torna conscientes da presença pessoal de Jesus, do seu amor, da sua bênção, ajuda, perdão, cura e tudo quanto é nosso mediante a fé. Semelhantemente, o Espírito atrai nosso coração para buscar ao Senhor com amor, oração, devoção e adoração (ver Jo 4.23,24; 16.14).
4) No clamor pela volta de Jesus Cristo
Jesus prometeu voltar e levar para si o seu povo fiel, para estar com Ele para sempre (veja Jo 14.3; 1Ts 4.13-18). Esta é a bendita esperança de todos os crentes (Tt 2.13), o evento pelo qual oramos e ansiamos (2Tm 4.8).
As Escrituras revelam que o Espírito Santo impulsiona nosso coração a clamar a Deus pela volta do nosso Senhor. É o Espírito quem testifica que nossa redenção permanece incompleta até a volta de Cristo (cf. Rm 8.23). No final da Bíblia, temos estas últimas palavras que o Espírito Santo inspirou “Ora, vem, Senhor JESUS” (Ap 22.20).
O CONSOLADOR
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que oPai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.”
João 14:16,17
Jesus chama o Espírito Santo de “Consolador”. Trata-se da tradução da palavra grega parakletos, que significa literalmente “alguém chamado para ficar ao lado de outro para o ajudar”. É um termo rico de sentido, significando Consolador, Fortalecedor, Conselheiro, Socorro, Advogado, Aliado e Amigo.
O termo grego para “outro” é, aqui, allon, significando “outro da mesma espécie”, e não heteros, que significa outro, mas de espécie diferente. Noutras palavras, o Espírito Santo é da mesma “espécie”, ou seja, da mesma essência de Jesus e Ele dá o prosseguimento ao que Cristo fez quando na terra.
O Espírito Santo, pois, faria pelos discípulos, tudo quanto Cristo tinha feito por eles, enquanto estava com eles. O Espírito estaria ao lado deles para os ajudar (cf. Mt 14. 30,31), prover a direção certa para suas vidas (v. 26), consolar nos momentos difíceis (v. 18), interceder por eles em oração (Rm 8.26,27; cf. 8.34) e permanecer com eles para sempre.
A palavra parakletos é aplicada ao Senhor JESUS em 1 Jo 2.1. JESUS, portanto, é nosso Ajudador e Intercessor no céu (Hb 7.25)
Enquanto que o Espírito Santo é nosso Ajudador e Intercessor, habitando em nós, aqui na terra (Rm 8.9,26; 1 Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; 2 Tm 1.14).
Cristo declara que o Espírito Santo habitava agora com os discípulos, e lhes promete que futuramente Ele estaria “em vós”. A promessa do Espírito Santo para habitar nos fiéis cumpriu-se depois da ressurreição de Cristo, quando Ele assoprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo” (ver Jo 20.22).
A seguir, Cristo lhes ordenou a aguardarem outra experiência no Espírito Santo, que lhes daria grande poder para testemunhar. “Mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias… recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós” (At 1.5,8; 2.4).
“Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.
Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso, vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.”
João 16:13-15
Quanto a convencer do pecado não concerne somente ao incrédulo (vv. 7,8), mas também ao crente e à igreja, ensinando, corrigindo e guiando na verdade (Mt 18.15;1 Tm 5.20; Ap 3.19).
O Espírito Santo falará ao crente concernente ao pecado, a justiça de Cristo e ao julgamento da maldade com vistas a:
conformar o crente a Cristo e aos seus padrões de justiça (cf. 2 Co 3.18);
guiá-lo em toda verdade (v. 13); e
glorificar a Cristo (v. 14).
Deste modo, o Espírito Santo opera no crente para reproduzir no seu viver a vida santa de Cristo.
Se o crente cheio do Espírito Santo rejeita a sua direção e sua operação de convencer do pecado, e se o crente não mortifica as obras da carne mediante o Espírito Santo, morrerá espiritualmente (Rm 8.13a). Somente os que recebem a verdade e são “guiados pelo Espírito de Deus” são filhos de Deus (Rm 8.14), e assim podem continuar na plenitude do Espírito Santo (ver Ef 5.18). O pecado arruína a vida espiritual e igualmente a plenitude do Espírito Santo no crente (Rm 6.23; 8.13; Gl 5.17; cf. Ef 5.18; 1 Ts 5.19).
O Espírito toma o que é de Cristo e o revela ao crente. Isto quer dizer que Ele lança mão da presença, amor, perdão, redenção, santificação, vida, poder, dons espirituais, cura e de tudo o mais que nos pertence pelo nosso relacionamento com Cristo mediante a fé e torna reais estas bênçãos em nossa vida.
Por meio do Espírito, Jesus volta a nós para nos revelar seu amor, graça e comunhão pessoal (cf. 14.16-23). O Espírito opera em nós para despertar e aprofundar nossa consciência da presença de Jesus em nossa vida e atrai nosso coração a Ele em fé, amor, obediência, comunhão, adoração e louvor.
O Espírito Santo é um Ser pessoal que busca relacionar-se com o homem. No desenvolvimento deste relacionamento, Ele protagoniza o papel de condutor da Igreja. Sob Sua direção, a Igreja caminha na “estrada” da Graça de Deus buscando ser a principal testemunha de Jesus Cristo de Nazaré.
Através da Bíblia, Ele é revelado como Pessoa, com sua própria individualidade (2Co 3.17,18; Hb 9.14; 1Pe 1.2). E é uma Pessoa divina como o Pai e o Filho (5.3,4).
Como já vimos, na aula 1, O Espírito Santo não é mera influência ou poder. Ele tem atributos pessoais, a saber: Ele pensa (Rm 8.27), sente (Rm 15.30), determina (1Co 12.11) e tem a faculdade de amar e de deleitar-se na comunhão.
Foi enviado pelo Pai para levar os crentes à íntima presença e comunhão com Jesus (Jo 14.16-18,26). À luz destas verdades, devemos tratá-lo como pessoa, que é, e considerá-lo: Deus vivo e infinito em nosso coração, digno da nossa adoração, amor e dedicação (ver Mc 1.11).
Em suma, podemos afirmar que Jesus foi:
- Concebido pelo Espírito (Lc 1:35);
- Guiado pelo Espírito (Lc 4:1);
- Ungido pelo Espírito (Lc 4:18; At 10:38);
- Revestido com poder pelo Espírito (Mt 12:27, 28);
- Ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14);
- Ressuscitado pelo Espírito (Rm 8:11);
- Deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1:2).
Fonte para pesquisas: www.ebdweb.com.br
Um abraço!!!
E, se Deus quiser, até a nossa próxima aula (24/08/13) !!!
B.V.