ALMAS DEBAIXO DO ALTAR - Apocalipse 6:9
“E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.” Aqui, os cristãos que costumam isolar os textos sagrados, se firmam para dizer que a alma do crente é imortal e que vai ao Céu ao morrer. Essa crença perde o valor quando comparada com o verso seguinte (10).
Veja: “E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra.” Se esses “seres” clamavam, já não poderiam ser almas, ou forçosamente, estas almas teriam de possuir uma capa corpórea com todos os elementos necessários para mantê-las em pé, pensar, agir, sentir, amar e clamar. (Assim, tais “almas” não passam de pessoas reais).
O livro de Apocalipse é uma perfeita simbologia. Quando o quarto selo foi aberto (Apoc. 6:7-
, surgiu um “cavalo amarelo”, cor não muito natural neste animal. “O símbolo evidentemente se refere à obra de perseguição e matança efetuadas pela Igreja Romana contra o povo de Deus do tempo decorrido entre o começo da supremacia papal, em 538 d.C., e o tempo em que os Reformadores começaram a expor o verdadeiro caráter do papado, sendo detida a obra de destruição.” – Estudos Bíblicos, pág. 258 – CPB.
Na abertura do quinto selo, João vê os mártires (almas) mortos pela grande perseguição desencadeada no quarto selo. “Quando os Reformadores expuseram a obra do papado, foi então trazido à memória o grande número de mártires que haviam sido mortos pela fé”. (Ibidem). Sucumbiram como hereges, “cobertos de ignomínia e vergonha.” Este vilipêndio e cruel tratamento ao povo de Deus clama por vingança, mas os clamores simbólicos dos mártires não são evocados do Céu, mas da Terra, precisamente debaixo do altar sob o qual foram mortos (v.
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O altar é na TERRA e não no CÉU. O altar de Abel foi o campo (Gên. 4:8; Heb. 11:4). O de Cristo, a Cruz (João 19:31); o de Estevão, a praça pública (Atos 7:57-60); o dos reformadores e mártires, foram fogueiras, arenas e guilhotinas. Ouça isso: Quando um assassino é preso, abre-se imediatamente um processo contra ele.
Figurativamente, a vítima estará clamando por vingança, através do processo, até o dia que for feita justiça. É exatamente isso que ocorre em Apocalipse 6: 9-10, o sangue dos justos continuará clamando por vingança, até que Deus julgue e sentencie os criminosos, o que se dará no Juízo Final.
Bem, para que você compreenda que se trata de um relato figurado este incidente, leia as seguintes passagens: Hebreus 11:4;
“Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda fala.”(fala figurativo)
Romanos 4:17
“ (Como está escrito: Por pai de muitas nações te constituí) perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos, e chama as coisas que não são como se já fossem.
Habacuque 2:11
“Porque a pedra clamará da parede, e a trave lhe responderá do madeiramento.”
Juízes 9:8
“Foram uma vez as árvores a ungir para si um rei, e disseram à oliveira: Reina tu sobre nós.”
Juízes 9:15
“E disse o espinheiro às árvores: Se, na verdade, me ungis por rei sobre vós, vinde, e confiai-vos debaixo da minha sombra; mas, se não, saia fogo do espinheiro que consuma os cedros do Líbano.”
Juízes 9:20
“Mas, se não, saia fogo de Abimeleque, e consuma aos cidadãos de Siquém, e a casa de Milo; e saia fogo dos cidadãos de Siquém, e da casa de Milo, que consuma a Abimeleque.”
Aqui, pois, “é usada a figura da personificação, em que objetos inanimados são representados como viventes e falantes, e coisas que não são, como se fossem.” – Estudos Bíblicos pág. 259 – CPB. Portanto, debaixo deste altar permanecerão esses mortos até a volta de Jesus, quando então despertarão para a vida e imortalidade, sob o fragor da voz do resgatador de Sião. Glória a Deus!
Extraído do livro: Assim Diz O Senhor, de Lourenço Gonzales, da Editora ADOS, disponível no endereço: http://www.jesusvoltara.com.br/ados/index2.htm