A CONVERSÃO DE ABRAÃO
Uma revelação progressiva
Gn. 15.5
Então o levou para fora e disse: Olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as pode contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente.
Deus não costuma revelar ao homem o que deseja revelar de uma só vez. Geralmente ele revela partes e em pequenas proporções.
Mas o objetivo de revelar ele tem e na maioria das vezes ele o faz em pequenas porções e sempre atraindo nossa atenção para isto.
Na revelação geral de Deus um dos objetivos é suprir a ecessidade natural do homem e a persuasão da alma deste homem para buscá-lo.
Neste contexto encontramos Abraão.
Todas as tentativas divinas de conservar a raça humana pura haviam falhado.
E agora com um método o mais radical possível e com medidas extremas, Deus separa um que serviria a este plano: Abrão.
Arrancando-o da sua própria terra, Ur, e separando Abrão dos parentes e amigos, Deus o faria perder todas as conveniências de uma cidade muitíssimo civilizada na sua época: Ur. (Gn. 12.1).
Sair sem saber para onde, mesmo que seja uma ordem divina é ter em mente que as circunstâncias da vida mudam o tempo todo e longe de casa os resultados podem ser indigestos.
Mas deixar para trás os parentes, os amigos e a cidade natal, era um propósito de Deus, afim de que Abrão aprendesse o mais depressa possível a depender só de Deus.
Deus sabia, Abraão era o homem talhado para seu projeto de uma raça pura para servi-lo sobre a face da Terra.
O propósito de Deus era separar Abraão de toda a sua família.
Mas os relatos bíblicos mostram que em Harã a família ainda estava com Abrão. (Gn. 11.31).
Foi em Harã, (Gn. 11.32) que Tera, o seu pai morreu; ao prosseguir viagem para Canaã, (Gn. 12.4) seu sobrinho Ló, o acompanhou.
Deus sabia que Ló seria um tropeço na vida de Abraão e uma dificuldade no plano de Deus para Abrão.
Ninguém há que saiba eliminar dificuldades como o nosso Deus elimina. A contenda entre os pastores de Ló e Abrão foi a grande portunidade de Deus. (Gn. 13.7-11).
Abrão era herdeiro de tudo, mais como altruísta que era, deu a Ló a oportunidade de mostrar todo seu egoísmo, escolhendo a campina do Jordão.
E depois disto Deus manda Abrão olhar para a terra.
Gn. 13.14
Levanta agora os teus olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente;
Vs.15
Porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre.
Deus fez a Abrão uma revelação de caráter material a benção da provisão de cada dia: olhar para a terra.
Por causa de Ló, Abraão poderia ter arrumado uma encrenca sem precedentes para toda sua vida com Querdolaomer.
Mas nesta hora Deus tinha uma nova revelação a fazer e por isto pediu: Olha agora para o céu. (vs.5).
É bom o homem chamado por Deus viver atento às solicitações e revelações divinas, pois elas são progressivas.
A nova revelação era de caráter espiritual; estava ligada às coisas da terra, mas envolvia os céus. - Olhar para cima deve ser o lema de quem depende de Deus.
Depois da oferta do sacrifício e da aceitação de Deus (Gn. 15.9-18.) estabelecendo uma aliança entre ambos, Abraão agora olhou para Deus. E O viu no meio do sacrifício como uma tocha acesa.
O progresso da revelação está nesta ordem: olhou para terra, depois olhou para os céus, e agora olhou e viu Deus.
Nos carvalhais de Manre ou Moré, (Gn. 18.1) Abraão levantou os olhos e viu três homens. Um era o Filho na Sua preexistência.
Gn. 18.2
E levantou os seus olhos, e olhou, e eis três homens em pé junto a ele. E vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro e inclinou-se a terra.
Vs.3
E disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
Quando temos visões de Deus, nosso plano espiritual de vida passa para um nível de comportamento mais elevado e tudo nós fazemos para agradar a Deus.
Deus revelou para Abraão e Sara que o tempo de cumprir a promessa havia chegado (Gn. 18.10). E Sara concebeu.
Como o plano de Deus envolvia melhorar, criar uma raça pura para servi-lo melhor sobre a terra Deus revelou para Abraão, a última parte de Seu excelente plano: Um substituto.
Gn 22.13
Então levantou Abraão os seus olhos e olhou; e eis um Carneiro detrás dele, travado pelos seus chifres, num mato; e foi Abraão, e tomou o Carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.
Pela fé o que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.
Hb. 11.17
Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito.
II Co. 1.20
Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, (O substituto) e por ele o Amém, para glória de Deus por nós.
O progresso da revelação agora está nesta ordem: olhou para terra, depois olhou para os céus, e agora olhou e viu Deus que imediatamente lhe mostrou o substituto, o Carneiro.
Abraão nunca perguntou ao Senhor, e o Senhor também nunca revelou para Abrão como se cumpriria a promessa sobre seu herdeiro. A fé não precisa de explicações.
O fato de crer lhe foi imputado para justiça e isto ilustra perfeitamente que o homem não é justificado pelas obras da lei, e sim pela obra que é resultado de uma fé pura em Deus.
Não foi pela Lei nem pelas obras, mas pela fé que Abraão foi justificado. Porque a obra que ele praticou foi de fé. (Tg. 2.21-23).
Deus ia fazer alguma coisa que não esta à vista de Abraão e ele acreditou nisto, ainda que não estivesse à vista: isto é fé na pessoa do Pai.
Justificados mediante a fé (Rm. 5.1) é que temos paz com Deus e isto é um conceito aplicado da graça Salvadora, proveniente do Substituo imolado no Calvário.
A justificação foi uma bênção para Abrão e ainda hoje, a justificação é uma bênção na vida do indivíduo justificado. Isto é uma obra da Graça de Deus: Cristo.
Concluímos, pois que o homem é justificado pela fé (Rm. 3.24) independentemente das obras da lei.
Abraão atingiu este progresso espiritual depois de sair de Ur e quem saiu das trevas para a luz prospera pela fé, na luz de Cristo.
Guganic