Henrique
RELIGIAO : Cristão, denominação: Batista Mensagens : 5737 nascido em : 27/01/1961 inscrito em : 09/09/2011 Idade : 63 Localização : São Paulo, capital
| Assunto: O DEUS DESCONHECIDO DE NOSSOS DIAS ( Atos 17.16-34 ) Primeira parte Escola Bíblica Março 2018 Qui 08 Mar 2018, 21:15 | |
| . O DEUS DESCONHECIDO DE NOSSOS DIAS ( Atos 17.16-34 ) Escola Bíblica Março 2018 Primeira parte: Introdução.
AO DEUS DESCONHECIDO Neste estudo falaremos sobre o discurso apologético de Paulo no Areópago em Atenas, registrado em Atos 17. Paulo enfrentou filosofias gregas, por volta dos anos 50 a 52 d.C, fez um dos discursos mais interessantes no Novo Testamento. Comentemos o texto; Atos 17.16-34 16 - Enquanto Paulo esperava por eles em Atenas, sentia grande indignação, vendo a cidade cheia de ídolos. Como era Atenas nos tempos de Paulo? Segundo Petrônio, um escritor romano que viveu entre 27 e 66 D.C., em Atenas era mais “fácil encontrar um deus do que um homem, já que cada portal ou pórtico tem um deus protetor”. Desta fala podemos definir Atenas como uma cidade onde os altares, sacrifícios e templos eram tão comuns quanto as placas de trânsito em uma grande cidade brasileira. Paulo fica revoltado em seu espírito... 17 - Por essa razão, discutia na sinagoga com os judeus e os gregos tementes a Deus, e todos os dias na praça com os que ali se achavam. Paulo foi para a sinagoga pregar, como sempre fazia, e também pregava todos os dias nas praças. Como sempre não se calou, nem mesmo em enfrentando tamanha idolatria. 18 - Alguns filósofos epicureus e estoicos puseram-se a debater com ele. Uns perguntavam: O que este falador quer dizer? E outros diziam: Parece ser propagador de deuses estranhos. Pois Paulo anunciava a boa-nova de Jesus e a ressurreição. Epicureus eram materialistas. O propósito deles era livrar o homem do medo dos deuses, negando sua realidade, negavam vida após a morte. Para eles a realidade última era que avida vida consiste em matéria composta por átomos. Os deuses eram simplesmente símbolos. Os estoicos eram panteístas. Acreditavam que logos, ou deus, era uma energia que permeava tudo e que dava ordem e estrutura ao universo. O logos guiava a sorte dos homens e tudo que acontecia além da vontade do homem não podia ser mudado. Portanto não o homem não deve se preocupar com coisas além do seu controle, o que será, será. Eles acreditavam na unidade da humanidade e na paternidade de Deus. 19 - Então o tomaram e o levaram ao Areópago.* E disseram: Podemos saber que ensino novo é esse de que falas? 20 - Pois estás nos anunciando coisas estranhas. Portanto, queremos saber o que é isso. 21- Todos os atenienses, como também os estrangeiros que ali residiam, não tinham outro interesse a não ser contar ou ouvir a última novidade. Chamaram Paulo de paroleiro, que quer dizer censurado ou pessoa que não presta. Obviamente eles rejeitaram a doutrina de Paulo, mas pelo menos estavam abertos a houvir sobre ela. Daí o levaram ao Areópago. 22 - Então Paulo ficou de pé no meio do Areópago e disse: Homens atenienses, em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos. Paulo reconheceu a religiosidade do povo como um fato, mostrando um entendimento sobre eles. 23 - Porque, ao passar e observar os objetos do vosso culto, encontrei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. É exatamente este que honrais sem conhecer que eu vos anuncio. AO DEUS DESCONHECIDO. Era uma forma dos Atenienses fugirem da ira de algum deus, caso fosse esquecido p0r não ter recebido sacrifícios. Paulo não identificou o Deus verdadeiro com nenhum dos deuses gregos, mas com franqueza disse que eles eram ignorantes desse Deus. O propósito de Paulo foi anunciar este Deus. O que vemos em seguida no texto deve ser entendido como uma exposição do verdadeiro Deus. Paulo não se adaptou o conceito de Deus às ideias dos filósofos, mas colocou perante eles a antítese completa entre o paganismo e o cristianismo. O discurso é um ataque frontal contra a cosmovisão grega. Podemos ver ao menos 25 proposições de Paulo que contradizem ideias comuns entre so gregos antigos. (1) Ao anunciar o deus desconhecido, afirma que Deus pode ser conhecido, isto é uma refutação dos céticos gregos e dos epicureus que negavam a existência de Deus. 24 - O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens. (2) Paulo não começou com uma prova da existência de Deus. Ele pressupôs a realidade de Deus, mas não de qualquer deus, mas do Deus criador, contra os materialistas, asseverou que Deus existe. (3) Paulo declara a separação, distinção, entre a criação e o Criador. Os deuses gregos não eram transcendentes, no sentido de serem separados do universo. O panteísmo, o politeísmo e o ateísmo estavam excluídos do pensamento paulino. (4) Deus é Senhor do céu e da terra. Ele não é apenas um símbolo, nem é o cosmos em si. Ele é pessoal. Com certeza os deuses não eram considerados soberanos sobre a terra. Paulo introduziu uma estranha ideia de Deus, que contradisse tudo que os gregos acreditavam. (5) Deus não habita em templos. Alguns filósofos gregos concordavam com essa reivindicação, mas a existência dos muitos templos em Atenas deu bastante testemunho fato de que a maioria dos gregos localizavam os seus deuses ai. 25 - Tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa. Pois é ele mesmo quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas. (6) Paulo declarou a independência de Deus. Deus não precisa de nada, mas é completo em sí. Os rituais não acrescentam nada a Deus. A religiosidade era irrelevante para o verdadeiro culto a Deus. Destacou novamente a separação entre Criador e a criatura. (7) Deus é a origem da vida. Segundo os epicureus, a vida era uma forma complexa de organização da matéria. A vida tinha origem impessoal. Os estóicos acreditavam que a origem de tudo, o logos, também era impessoal. Ao contrário, Paulo destacou que a origem de tudo e de todas as coisas estavam em Deus, infinito e pessoal. 26 - De um só fez toda a raça humana para que habitasse sobre toda a superfície da terra, determinando-lhes os tempos previamente estabelecidos e os territórios da sua habitação, (8 ) Paulo atacou o racismo e o elitismo ( a elite; pessoa que se acha mais valorizada, de melhor padrão e de melhor qualidade comparada aos demais indivíduos num contexto social) e colocou todas as pessoas no mesmo nível quando declarou a unidade da raça em Adão. (9) Deus fez o homem para cumprir um propósito. Não existimos pro acaso, mas nossa existência tem um significado. Paulo afirma que Deus deu ao homem a missão de multiplicar e ocupar e encher a terra. (10) A história é predestinada por Deus. Antes da criação, Deus determinou os tempos lugares em que povos habitariam sobre a terra. A história, portanto, não vem do acaso, ou conforme a vontade do homem, nem é cíclica. Paulo afirma que a história é controlada pelo plano de Deus. 27 - para que buscassem a Deus e, mesmo tateando, pudessem encontrá-lo. Ele, de fato, não está longe de cada um de nós; (11)Deus é soberano sobre os lugares e tempos onde habitam os povos. Os povos habitam na terra em lugares destinados por Deus, para que estes O buscassem. Cidades, estados, reis ou monarcas não merecem obediência absoluta, sem devem ser cultuados. Só Deus merece tal obediência. (12)O homem tem a responsabilidade de buscar a Deus. Paulo afirma que todas as pessoas são capazes de conhecer a Deus. Isto nega a ideia que algumas pessoas superiores no âmbito espiritual. (13)Deus não está longe de nós. Deus está interessado no homem. Epicureus sendo ateus, e os estóicos panteístas, achavam que deuses não tinham interesse nos seres humanos. 28 - pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração. (14)Paulo citou dois poetas gregos para mostrar que mesmo na sua religião pagã, os gregos tinham recebido alguma coisa da revelação de Deus. Mesmo atribuindo a Zeus estes pensamentos, Paulo colocou conteúdo cristão nas palavras dos poetas gregos e afirma que tudo existe, a origem de todos os homens não lhes eram totalmente estranhas. 29 - Sendo nós gerados por Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação humana. (15)Paulo revelou a irracionalidade da religião grega. Mostrou que sua prática era inconsistente com a teoria. Desde que somos criados por Deus, não faz sentido fabricar imagens das divindades, como se fosse possível criar um deus. O Paulo atacou fortemente a idolatria grega. 30 - Deus não levou em conta os tempos da ignorância, mas agora ordena que todos os homens, em todos os lugares, se arrependam, (16)Deus é misericordioso. Deus está disposto a esquecer o que os homens fizeram na sua ignorância, desde que se arrependam e se voltem para ele. Ao contrário dos deuses gregos, Deus se importa com o homem. (17)Deus fala. Deus pode se comunicar com o homem de várias formas. Até o universo revela Deus, e esta revelação vem com autoridade. (18)Deus manda que eles se arrependam. O ser humano não é autônomo, Deus tem o direito de mandar nele. Paulo pressupõe que eles não fossem convertidos, e sim pecadores, a salvação não vem por meio de filosofia, do conhecimento nem de rituais religiosos. 31 - pois determinou um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio do homem que estabeleceu com esse propósito. E ele garantiu isso a todos ao ressuscitá-lo dentre os mortos. (19)Deus determinou um dia para julgar o mundo. Deus controla e história e o futuro. A história caminha para um fim determinado por Deus, no fim Deus julgará a todos. (20)Paulo também declarou que Deus julgará o mundo com justiça. Deus é o padrão de justiça, não o homem ou seu entendimento. Os deuses gregos sempre mudavam e faziam coisas imorais, mas o Deus verdadeiro não muda em seu caráter. Deus é portanto ponto de referência final na ética. (21)Paulo introduziu o conceito de encarnação quando disse que o juízo de Deus será exercido por um homem. A encarnação é única, não existem muitos deuses na forma de homem, mas só Jesus Cristo. A salvação está disponível somente através dEle. (22)Deus deu certeza a todos por meio da história. Para os gregos, a história não tem nada com religião. Paulo destacou a ideia da história diante dos gregos e declarou que os eventos da história são importantes em relação a coisas eternas. (23)A veracidade do evangelho não é uma questão de probabilidade. Ele disse que era absolutamente verdadeiro sem nenhuma possibilidade de ser falso. (24)A prova do evangelho é um evento específico: a ressurreição corporal de Jesus. Alguns gregos acreditavam na reencarnação, outros que a pessoa deixa de existir depois da morte. Os gnósticos acreditavam numa evolução que exigia a saída do corpo. A noção de ressurreição física era incompreensível. (25)Entre os que se converteram, Lucas notou um homem e uma mulher. No contexto, isto é notável porque os gregos são não consideram mulheres iguais espiritualmente aos homens. 32 - Mas, quando ouviram falar em ressurreição de mortos, uns zombaram, e outros disseram: Sobre isso te ouviremos em outra oportunidade. 33 - Então, Paulo saiu do meio deles. 34 - Todavia, alguns homens uniram-se a ele e creram, entre os quais Dionísio, membro do conselho do Areópago, uma mulher chamada Dâmaris e com eles ainda outros. Nos versículos 32-34 Lucas revela os resultados da pregação de Paulo. Estas reações incluíam todas as possibilidades. Alguns rejeitaram a mensagem, achando que tolice. Outros quiseram pensar na mensagem e continuar a discussão. Finalmente, alguns outros aceitaram a mensagem, sendo convencidos pelo argumento. Paulo colocou para eles uma escolha entre Cristo e o paganismo. Sempre com base Bíblica ele respondeu às reivindicações maiores da filosofia e religião gregas, mostrando a superioridade do cristianismo. Ele fez uma comparação entre as cosmovisões e desafiou os gregos a aceitarem a Cristo. A questão para nós agora é: Como aplicaremos este exemplo aos nossos dias? Veremos na próxima parte. | |
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