FILHOS NUMA TERRA DISTANTE
Lc. 15.11-16
Vs.13
Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntado tudo o que era seu, partiu para uma terra distante, e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
A parábola do filho pródigo parece ter sido escrita para os pais de alguns filhos dos nossos dias.
Justamente o mais moço, o caçula da família, geralmente o considerado o xodó da família, ajuntou suas tralhas e arribou sua tenda para longe dos pais e para uma terra bem distante.
Tomado por um espírito de rebelião por não poder viver dissolutamente e sob o mesmo teto com seus pais, foi-se embora em busca do seu próprio destino fora do seu lar e da sua família.
O pai do filho pródigo fez muito bem em deixá-lo ir atender os reclamos da sua natureza rebelde, e pecaminosa; pois se ele tivesse ficado em casa passaria a vida reclamado e nunca se reconciliaria com o pai.
A liberdade que este filho tinha na casa do pai lhe parecia escravidão; e ele sem perceber foi ao encontro da escravidão que lhe parecia liberdade.
Às vezes Deus faz o mesmo com alguns filhos, entrega-os a paixões infames permitindo que o mesmo ande nos seus próprios caminhos que são de desejos perversos desejos imundos e práticas imundas. (Rm. 1.24;26;28.)
Deus os entrega a uma disposição mental reprovável homem com homem e mulher com mulher para desonrarem sem próprios corpos.
Alguém já disse que liberdade (do ponto filosófico) é escolher a quê ou a quem se aprisionar. Mais a parábola do filho pródigo nos pinta um quadro totalmente diferente desta terminologia.
Biblicamente liberdade é outra coisa e não é o direito de se aprisionar a dissolução de uma vida desregrada e longe do lar e dos pais e de Deus.
Tudo que o obstinado filho mais moço buscou, encontrou; encontrou até um pouco mais: encontrou além do esperado que procurava.
Viver dissolutamente é viver sem critérios, é ter uma vida sem controle; daí a razão porque dissipou todos os seus bens.
Nós não escolhemos, mas colhemos as consequências do que fazemos.
Depois de ter consumido tudo que tinha sobreveio àquele país uma grande fome e por não ter um fundo de reserva começou a passar necessidade.
Resultado: em última instância se agregou a um cidadão criador de porcos que o contratou e mandou-o apascentar porcos.
O que estaria um belo e jovem judeu fazendo ao apascentar porcos? Talvez ele não fosse mais nem tão belo nem tão judeu como antes.
Por deixar seu pai judeu, deixar sua casa judaica, e ir para um país onde as pessoas eram pagãs e não tinham restrições a criarem porcos, este jovem assimilou a cultura do lugar vivendo dissolutamente.
Ao assimilar a cultura do lugar e ainda apascentar porcos, a tarefa menos apreciada do país onde se encontrava, ele abriu mão de ser um judeu nato.
Ser um verdadeiro judeu é ser alguém que dá graças a Deus, louva a Deus e a Sua palavra, Sua verdade e seu amor de forma aberta e livremente.
Ser um verdadeiro judeu é ter um relacionamento íntimo com Deus.
Mais ao assimilar a cultura do lugar que lhe era impróprio ele cortou relações com Deus e cortou relações o com o pai e com sua origem judia.
O mesmo se aplica àqueles que deixam a casa de Deus em busca de uma liberdade que é pura escravidão: perdem o relacionamento com Deus.
O filho pródigo deixando de lado sua obstinação e seu egoísmo viu que o seu sofrimento era mais um fruto de sua decisão impensada: querer a parte que lhe cabia. (18.)
E longe do pai o que lhe coube? Sofrimentos e decepções.
De volta para o pai e se achando indigno de ser considerado filho ainda ao longe foi avistado pelo pai que o recebeu com alegria.
O amor de Deus é maior do que o amor do pai desta parábola, o amor de Deus é maior e mais abrangente e mais eficaz.
Se alguém tem deixado o convívio da Igreja, a comunhão da casa do Pai Celestial, em busca de uma vida livre, uma vida sem compromisso com Deus pensando que isto é liberdade?
Certamente viverá as mesmas agruras que o filho pródigo viveu; pois Deus já o tem entregado a uma disposição mental reprovável e inconveniente; até que você caia em si e machucado e ferido se volte para Deus.
O filho pródigo não tinha nenhuma razão para sair de casa; o pai não lhes era severo, nem lhes negava coisa alguma que fosse justa.
O filho pródigo é o retrato fiel daqueles que a todo custo querem seguir a sua própria vontade, que desprezam o conselho da palavra prudente; por se acharem dono do próprio nariz abrem mãos do governo de Deus.
E agora, afundado numa pocilga se alimentando do pão das misérias, lá está, até que caia em si ou morra lá mesmo: Sem Deus sem paz e salvação.
Mas se hoje ouvires a voz do Senhor teu Deus não endureçais os vossos corações, pois o Pai amoroso os espera para abraçá-los.
Pv.27.8.
Como ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar.
Como ave que vagueia longe do seu ninho, assim é o homem que deixa o convívio da casa de Deus para vaguear longe da salvação em Cristo.
Guganic