DO PÚLPITO AO PICADEIRO
Ne. 8.1- 9.
Vs.4
E Esdras, o escriba, estava sobre um púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim; e estava em pé junto a ele, à sua mão direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua mão esquerda, Pedaías, Misael, Melquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
Após treze anos que o povo havia retornado de Babilônia ia acontecer à primeira exposição bíblica que se tornaria diária para o povo a partir desta primeira convocação.
Era um momento histórico e significativo; era o nascimento do Judaísmo pós-exílico. Um momento solene onde todo povo se ajuntou como um só homem na Praça diante da Porta das Águas. A finalidade desta assembleia era ouvir da boca de Esdras e também dos levitas seus auxiliares a leitura e explanação da Lei de Moisés.
Está escrito que Esdras leu na Praça diante da Porta das Águas desde a alva (vs.3) até ao meio dia, e, tudo em profunda reverência da parte dele e do povo que os escutavam. Instalado num púlpito de madeira que fizeram justamente para aquele fim.
Qual teria sido a reação do povo se Esdras se distanciasse da finalidade para a qual o púlpito foi construído e por um momento contasse algumas piadas evangélicas?
Teria os ouvintes de Esdras se esborrachado nas gargalhadas e assovios evangélicos ou “gospel” da atualidade?
Que clima de espiritualidade, reverência ou santidade a Deus e Sua Lei teria sido identificado entre eles?
Quando leio esta passagem bíblica sobre Esdras e assisto na mídia televisiva e em algumas igrejas, e púlpitos, alguns pregadores “Esdras” da atualidade eu me pergunto:
O que há em comum entre Esdras o escriba, e alguns destes preletores da atualidade? Porque transformar nossos púlpitos em picadeiros?
Infelizmente cada vez mais as igrejas da atualidade e as denominações a que estas igrejas pertencem têm transformado o lugar que deveria ser para a exposição da palavra de Deus em um picadeiro de baixa qualidade.
Tem um pregador também conhecido como: pastor Cheio de Arte que não prega palavra de Deus coisa nenhuma; apenas a usa para fazer piadas tingidas de santidade sobre a pureza e beleza do casamento e faturar alto.
E a plateia que os assiste e os pastores que os convidam à suas igrejas e denominações têm o mesmo nível espiritual dele: nenhum.
Nascido no evangelho que sou, sempre tive profundo respeito pelo púlpito da Igreja a que pertenço, pois desde minha tenra idade aprendi que é do púlpito sagrado ao Senhor que recebemos a palavra enviada por Deus.
Enviada digo, pela instrumentalidade dos servos de Deus consagrados por Deus para isto, saindo do púlpito chega até nós os ouvintes.
O que tenho presenciado nos púlpitos da maioria das muitas comunidades e também das igrejas tidas e havidas como evangélicas, é o oposta da assembleia presidida por Esdras na Praça diante da Porta da Águas.
Na TV ou no You Tube, o que mais temos visto são pregadores ou pastores ou bispos, seja lá o que eles se dizem ser, descaracterizados da verdadeira função de um arauto de Cristo: anunciador de boas novas de salvação.
Todo sábado há um desfile na mídia televisiva de “pastores” terapeuta disto e daquilo; terapeuta do amor, da família, do casamento.
E toda terapia aplicada por estes “especialistas” do amor, à família e ao casamento e outras uniões conjugais tem como pano de fundo as piadas evangélicas “com base bíblica” é claro: só na opinião deles.
As igrejas que transformaram seus púlpitos em picadeiro deixaram de ser igreja e passaram ser um clube de Jesus; ou o clube do “Bolinha” ou clube da Luluzinha quando a reunião é só de “irmãs”.
A palavra de Deus tem sido renegada ao último plano ou ao último lugar nas reuniões ou cultos das muitas igrejas da atualidade.
Caro leitor caso você seja um evangélico posso te fazer uma pergunta?
Na igreja que você frequenta há um púlpito ou um picadeiro? E vosso pastor?
É um pregador ou um contador de estórias? – Não precisa responder! -
E sua “igreja’ ou comunidade é igreja mesmo ou um fã clube de Jesus?
Por conta do humor de gosto duvidoso da maioria dos pregadores que têm transformado os púlpitos em picadeiros, muitos “cristãos” só estão indo a estas reuniões para se divertirem.
Está escrito que na reunião presidia por Esdras (vs.8.) leram o livro na Lei de Deus.
Isto é: leram o livro da Lei na Lei de Deus, ou seja, com reverência, com um coração contrito e determinado a não se distrair com celular, MSN, ou piadas evangélicas.
Está escrito que leram a Lei de Deus (Vs.8.) explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.
Que saudade dos dias de Esdras quando os pregadores da palavra eram realmente pregadores da palavra de Deus. – Hodias, Maaséias, Azarias... - Que saudades de Estevão, de Apolo, de Pedro, de Felipe, de Paulo, de João, de João Alves Correia, de Simão Lundgren, Luiz Santana Silva, Odilon Barboza, Eugênio Rocha, Humberto Lucena e outros. (In Memoriam).
Na época destes homens citados por mim, pregador do evangelho era realmente pregador do evangelho mesmo.
Mais o que temos visto hoje de uns tempos a esta hora, nos picadeiros do cristianismo, é uma raça de enganadores do evangelho.
O resultado da primeira reunião solene ministrada por Esdras e seus auxiliares trouxe resultados imediatos: convicção e arrependimento de pecados; perdão e jubilo.
Está escrito que o povo chorava (vs.9) ao ouvir as palavras da Lei.
O povo de hoje se mata é de rir porque não há espaço para a palavra de Deus nos púlpitos; e os artistas fantasiados de pastor ou pregador, ou terapeuta do amor ou da família usam é um picadeiro e não um púlpito.
Cada igreja hoje tem o seu cantinho do “Humor Cristão” não é verdade?
É só olhar para o púlpito que na atualidade: é um picadeiro.
Guganic