SENTIMENTOS DE CULPA
Gn. 42.21
Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos, por isso vem sobre nós esta angústia.
Vs.22
E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu: Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é requerido.
Vinte e dois anos depois e ainda estava viva na memória dos irmãos de José a angustia que o mesmo passou ao ser vendido por eles aos ismaelitas.
E pelos mesmos vinte e dois anos os irmãos de José alojam em suas almas o verdadeiro sentimento de culpas.
A culpa é transgressão é delinquência; a culpa leve juridicamente é a omissão dos cuidados, que ordinariamente presta um bom pai de família.
A culpa pode ser classificada em objetiva e subjetiva. Ela é uma emoção que aflora no ser humano como resultado de uma delinquência, transgressão, pecados, ou omissão de cuidados.
Há quatro tipos de culpa classificada como culpa objetiva.
A culpa legal – Que é a violação das leis sociais. Exemplo: passar um sinal vermelho no transito, ou roubar uma loja.
Sendo apanhado ou não durante o ato, perante a lei o infrator é culpado.
A culpa social – É o comportamento grosseiro: comentários indevidos, críticas e furtos. Nabal é um exemplo disto. A mulher dele era de bom entendimento, porém ele era duro e maligno nas obras. (I Sm.25.3,10,11).
A culpa pessoal – Você viola seu padrão moral ou pessoal ou resiste aos apelos da consciência que te avisa para não cometer a transgressão ou a delinquência ou o descuido.
Davi se sentiu assim (II Sm.12.13) quando do caso de Bate-Seba e também quando da contagem do povo de Israel (II Sm.24.10).
A culpa teológica – Ou a culpa verdadeira onde ante as leis de Deus, sentindo remorso ou não sentido, todos são culpados.
Porque todos pecaram (Rm. 3.23) e destituídos estão da glória de Deus. – Sobre a mulher adultera (Jo. 8.7) – Jesus não a condenou
Sobre os dezoito Galileus (Lc.13.2-5) vítimas da torre de Siloé que os discípulos achava-os mais culpados do que os demais e não eram pois a culpa teológica é de todos.(II Sm.24.10).
A culpa subjetiva – É o sentimento desconfortável de pesar, remorso, vergonha, comiseração, autocondenação.
No sentido bíblico: transgredindo a lei divina somos culpados.
Toda culpa gera efeitos. E os efeitos da culpa são:
Acusação, castigo, amargura, dor, arrependimento.
Acusação – Paulo chamou o sumo sacerdote Ananias de parede branqueada (At.23.2-5) e assim que soube quem era Ananias os presentes à reunião e a própria consciência o acusou.
Amargura – Simão o mágico convertido ao evangelho (At.8.13) ofereceu dinheiro aos apóstolos (At.8.18,19) e foi duramente repreendido por Pedro.
O efeito da culpa de Simão (At.8.22,23) o deixou profundamente amargurado.
Por negar Jesus três vezes (Mt.26.75) a angustia e o sentimento que invadiu a alma de Pedro o levou a chorar amargamente.
Arrependimento – É o melhor efeito da culpa. Mais o pior efeito da culpa é o castigo. - Ananias e Safira (At.5.1-10)
A mulher apanhada no adultério não foi condenada por Jesus; mas até saber o que Jesus iria sentenciar ela teve tempo de arrepender-se porque o castigo deveria ser a morte.
A saída para o culpado é: arrependido confessar que errou e pedir misericórdia ao Senhor.
Está escrito:
Confessai as vossas culpas uns aos outros, (Tg.5.16) e orai uns pelos outros, para que sareis.
Foi o que os irmãos de José fizeram: confessaram a culpa uns aos outros: na verdade somos culpados (vs.21) no tocante ao nosso irmão.
Quando somos culpados no tocante ao nosso irmão devemos confessar a ele a nossas culpa como nos ordena o apóstolo Tiago
Considerando-se só pelo lado da natureza humana, José teria todas as razões cabíveis, para pagar na mesma moeda a terrível crueldade que sofrera por parte de seus irmãos.
Mas a realidade de José era outra; José lhes devotava tanto amor que não fora possível reprimir as lágrimas.
José os perdoou porque os entendia; (Gn.42.23). José os perdoou porque havia nele (Gn41. 38) o Espírito de Deus.
Pelo conselho bíblico que Tiago nos dá, ao ouvirmos a confissão do nosso irmão devemos perdoar e orar por ele também.
Mas precisamos ter atitude de José: entender o nosso irmão na sua confissão e termos o Espírito de Deus; porque foi este Espírito que fez aflorar no coração de José: o amor.
Jesus quando investigado por Pilatos, Ele era, e foi declarado inocente; declarado isento de qualquer tipo de culpa.
Lc.23.4
E disse Pilatos aos principais dos sacerdotes, e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.
Jesus quando pendurado na cruz a suplicar ao Pai Celeste o perdão para seus algozes, o fez por entender que eles não sabiam o que faziam.
E dizia Jesus: Pai, (Lc. 23.34) perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.
Fez também, porque Nele havia um grande amor pelas almas; e por isto morreu por todas elas. Morreu por amigos (Jo.15.13) e inimigos.
Para termos o perdão de Deus e ficarmos livre da culpa que o pecado nos impõe (Rm.5.10) Cristo pela aplicação do Seu amor por nós morreu na cruz
Quem quer se livrar da culpa confessa e quem ouve a confissão perdoa se nele houver o Espírito de Deus e o amor como havia em Cristo e José por seus irmãos.
Pois a culpa quando não perdoada corroe até a alma enquanto o corpo definha.
Guganic